Crítico de Assunção Cristas reconhece bons resultados autárquicos do partido, mas alerta que não chega querer repetir os resultados em Lisboa. É preciso mais.
Corpo do artigo
Em entrevista à TSF, Filipe Lobo d´Ávila admitiu, esta tarde no 27.º Congresso do CDS, os bons resultados nas últimas autárquicas, mas alertou para o risco de o partido se limitar a replicar resultado em Lisboa.
"Acho que hoje o CDS, muito por força dos resultados eleitorais que teve, que foram bons, está em melhores condições do que estava há dois anos. Mas é preciso muita cautela para que não fiquemos todos numa bolha, a pensar que ao replicar o resultado de Lisboa, conseguiremos ter um grande resultado no país", garantiu o deputado, sublinhando que se o CDS se limitar a "replicar o resultado de Lisboa, teremos o dr. António Costa a governar. E eu acho que não é isso que ninguém quer neste congresso do CDS".
Crítico da atual liderança centrista, Lobo d'Ávila reconhece "qualidades hoje em Assunção Cristas que não conhecia há dois anos", salientando que as divergências que sempre teve com a líder centrista divergências nunca foram pessoais, mas sim políticas.
Para Lobo d' Ávila, chegou o momento de o CDS "dar voz a todos os talentosos dirigentes e militantes anónimos que tem, mas sobretudo dizer de forma clara qual o projeto que tem para o futuro do país", acrescentando que "há muita coisa a fazer do ponto de vista interno", melhorando "muito" o funcionamento interno de determinados órgãos.
"É importante que se olhe para dentro e se dê oportunidade internamente a quem já cá está há muito tempo". "Temos CDS a mais no partido em Lisboa e CDS a menos no país", disse, apelando a "uma estrutura mais equilibrada" no partido.
Apesar de concordar com as críticas centristas ao governo liderado por Costa, o deputado defendeu que "o CDS tem obrigação de provar que se estivesse no governo, ou influenciasse o governo de forma decisiva, os resultados seriam melhores". E a nossa obrigação é falar em respostas concretas", acrescentou.
Respondendo ao "pragmatismo" de Cristas, Filipe Lobo d'Avila lança-lhe um desafio: "Digamos ao que vamos. Qual é a visão que temos do país, os projetos e as propostas concretas". "Há muitos problemas do país que precisam de respostas concretas", rematou.