"É preciso ceder." Ventura espera sinal para negociar acordo de Governo com AD
André Ventura revela que está a fazer de tudo para conseguir um acordo com o PSD.
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O líder do Chega, André Ventura, está à espera de um sinal para negociar com a Aliança Democrática um acordo para permitir um Governo de minoria encabeçado por Luís Montenegro. Esta segunda-feira à noite na TVI, o representante da terceira força política que elegeu 48 deputados assume que ainda não falou com Montenegro e apenas enviou uma mensagem escrita de parabéns ao vencedor das eleições.
No entanto, André Ventura revela que está a fazer tudo para conseguir um acordo com o PSD.
"Eu já fiz tudo o possível, e mais não posso dizer porque envolve pessoas e eu respeito a privacidade. Já fiz tudo o possível para dizer ao PSD: ajudem-nos a criar um Governo estável. Mais só se eu me humilhar. É preciso negociar, é preciso chegar à mesa de negociação. Para isso é preciso ceder. Por exemplo, o que é que vão fazer quanto aos polícias? Luís Montenegro diz que não o fará. Para nós é um ponto fundamental. Imagine que Luís Montenegro dizia assim: abandonam a questão da prisão perpétua, nós aumentamos penas noutros crimes, sem chegar à prisão perpétua, e em troca damos o suplemento de missão aos polícias e aumentamos as pensões. Eu assinava na hora", garantiu Ventura.
As condições de André Ventura, que culpa o PSD de Luís Montenegro no caso de não conseguir governar mais de seis meses.
"Eu gostava de perguntar isto, cara a cara, a quem nos está a ver. Imaginem um partido que diz assim: estamos disponíveis para negociar, medida a medida, um orçamento. Chegar a um acordo e chegar a um entendimento. Do outro lado dizem-nos assim: nós vamos avançar e vocês farão o que entenderem. Como é que funcionou o Governo à esquerda? Houve um acordo entre os partidos para as medidas essenciais. Porque é que isso não pode acontecer à direita? Qual é o ego, a obsessão, a soberba? Há mais de um milhão de pessoas que votam neste partido, qual é o problema de chegar a uma convergência como houve em Itália e noutros países? Vamos dar aos portugueses quatro anos de estabilidade, é isso que nós pedimos. Eu olho os portugueses na cara e estou disponível para sacrificar tudo para que os portugueses tenham estabilidade. Agora também compreenderão que se no outro lado disserem assim: nós não queremos nem olhar para vocês, nem olhar para as vossas propostas, nem sequer falar convosco, então isso não é pisar-nos, isso é espezinhar um milhão e tal de portugueses. São eles os responsáveis pela ingovernabilidade, não somos nós", acrescentou o líder do Chega.