"É preocupante." Livre questiona Governo sobre "atraso" nas metas de limpeza das florestas
Em declarações à TSF, Isabel Mendes Lopes vinca que o país não deve encarar a limpeza das florestas "apenas para controlo e gestão de fogos", mas antes "numa visão mais lata de uma boa gestão" destes terrenos
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A líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, revela que o partido questionou o Governo sobre os "atrasos" na limpeza das florestas, uma situação que considera "preocupante".
Em causa está uma notícia avançada pelo jornal Público, que dá conta de que o Plano Nacional de Ação para proteger o país dos incêndios rurais foi cumprido em apenas 40%. Entre 2020 e 2024, estava previsto que fosse limpo um milhão de hectares de floresta. Contudo, as operações visaram, até ao final deste prazo, apenas 400 mil hectares, menos de metade do inicialmente esperado.
Perante esta falha, Isabel Mendes Lopes afirma que é "preciso perceber" os motivos do atraso na meta da limpeza da floresta e quais as medidas que o Governo pretende adotar para conseguir "acelerar" estes esforços.
"Não devemos encarar a limpeza das florestas apenas para controlo e gestão de fogos, mas numa visão mais lata de uma boa gestão da floresta", defende, em declarações à TSF.
O requerimento do Livre vai seguir para o Parlamento, com questões dirigidas ao primeiro-ministro, Luís Montenegro.
Isabel Mendes Lopes entende que o relatório da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos prova que Portugal está "claramente atrasado" e sublinha que este é um "assunto preocupante", sobretudo olhando o panorama dos últimos dias em matéria de fogos rurais.
"Queremos saber o que é que vai ser feito para recuperar deste atraso", reforça.
Os incêndios florestais consumiriam até esta quinta-feira cerca de 75 mil hectares, mais de metade ardeu nas últimas três semanas, segundo dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
As estimativas divulgadas pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que se baseia em imagens de satélite do programa Europeu Copernicus, dão também conta que Portugal é o terceiro país da União Europeia com mais área ardida este ano, depois de Espanha (148.205) e da Roménia (123.816).
A aérea ardida este ano é nove vezes mais do que em igual período do ano passado e a segunda maior desde 2017.