Nuno Magalhães destaca a maior capacidade de iniciativa centrista na oposição, na Justiça e rumo às Europeias. Deputados reunidos em Viana do Castelo com desafio ao PS e ao PSD sobre fundos da UE.
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Em entrevista à TSF, Nuno Magalhães tem a maior das cautelas em não hostilizar o antigo parceiro de coligação no Governo. Mas fica claro que os centristas querem sublinhar a maior capacidade de iniciativa do CDS.
"Quanto ao PSD reitero aquilo que digo, se o nosso objetivo é ter uma maioria de 116 deputados é também importante que o PSD faça o seu trabalho", diz Nuno Magalhães sem querer adiantar, "por uma questão de elegância", se o partido agora liderado por Rui Rio o está "a fazer bem ou mal". Uma certeza: "as relações institucionais entre grupos parlamentares têm sido impecáveis".
Os fundos europeus são um dos exemplos apontados pelo líder parlamentar centrista para mostrar a capacidade de iniciativa do CDS. Nuno Magalhães diz que "já que o governo e os outros partidos parecem escondidos sem dizerem ao que vêm, com acordos que não são conhecidos", o CDS desafia PS e PSD a votar favoravelmente o projeto de resolução apresentado "há quatro meses" e agendado para o dia 21 de junho.
"Acho que quanto mais consenso houver a nível nacional melhor podemos negociar internacionalmente. Não vejo razão nenhuma para que PS e PSD não possam apoiar com o seu voto este nosso projeto e dar mais força a posição portuguesa.
O CDS considera "inaceitável" a redução das verbas seja para a Política Agrícola Comum, seja para a política de coesão."As garantias não são suficientemente garantidas", diz Nuno Magalhães perante as críticas que o Governo também já fez à proposta orçamental da União Europeia. Também face às eleições europeias que devem realizar-se dentro de um ano, o CDS reclama ser o primeiro partido a ter já candidatos apresentados.
"Mais uma vez antecipámos, somos os únicos (a ter candidatos)", diz Nuno Magalhães.
As jornadas vão também ser, por isso, mais um palco para o número um da lista: Nuno Melo vai participar no primeiro painel sobre Fundos Europeus que conta ainda com a participação do secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, e António Braz Costa, Diretor Geral do Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (CITEVE) e administrador executivo do CeNTI (Centro de Nanotecnologia e Materiais Funcionais e Inteligentes).
As jornadas parlamentares do CDS, em Viana do Castelo, têm na agenda as questões europeias e a economia do mar.
Eutanásia com voto nominal e CDS contra
A poucos dias do debate sobre os diplomas sobre a morte assistida, o CDS garante que toda a bancada vai votar contra os diplomas e Nuno Magalhães explica que o partido solicitou uma votação nominal, obrigando cada um dos deputados a levantar-se e votar porque "é bom que toda a gente se assuma" porque na leitura do CDS "podemos estar à beira de um retrocesso civilizacional".
"Estamos a falar de algo estrutural de um país enquanto sociedade e que foi agendado em poucas semanas", critica o líder parlamentar centrista.
Amanhã, a "economia azul" vai ser tema no segundo painel temático das jornadas, com Nuno Magalhães a sublinhar a importância do mar a reclamar para Paulo Portas "ter salvo " os estaleiros de Viana do Castelo "da tragédia do encerramento".
Entre os oradores estão Bruno Bobone, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), e Helena Abreu, do Centro de Investigação e Empreendedorismo de Ílhavo (CIEMAR).