"É um ato intolerável.” Governo condena ataque a consulado venezuelano em Lisboa e reforça segurança

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel
Tiago Petinga/Lusa (arquivo)
O Ministério dos Negócios Estrangeiros sublinha que “a inviolabilidade das missões diplomáticas tem de ser respeitada em todos os casos”
O Governo português condenou este domingo o ataque de sábado à noite ao Consulado Geral da Venezuela, em Lisboa, com um engenho explosivo, chamando-lhe um “ato intolerável”, tendo determinado um reforço da segurança, segundo uma nota.
Na publicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) na rede social X o Governo português “condena veementemente o ataque ao consulado da Venezuela em Lisboa”.
O Executivo determinou ainda “um reforço imediato da segurança e a cabida investigação policial”.
“É um ato intolerável”, realça-se na publicação, salientando que “a inviolabilidade das missões diplomáticas tem de ser respeitada em todos os casos”.
O Consulado Geral da Venezuela em Lisboa sofreu no sábado à noite um ataque com um engenho explosivo, que não causou vítimas ou danos de maior.
Fonte da PSP avançou à TSF que, segundo uma testemunha, um homem com roupas escuras foi visto por volta das 21h50 nas imediações do edifício. Deslocava-se numa trotinete e terá arremessado um engenho incendiário contra a varanda do consulado venezuelano.
Apontou ainda que vários espaços do edifício ficaram danificados, nomeadamente o chão da varanda, a pintura do prédio, alguns estores e a caixa exterior do ar condicionado.
"Há ainda pequenos danos numa viatura que se encontrava estacionada", acrescentou.
Segundo a mesma fonte, a Polícia Judiciária foi chamada e está a investigar o caso.
Referindo-se a este ataque, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, disse em Caracas que nenhuma agressão "descontrolada" impedirá a "revolução bolivariana".
"O fascismo atacou a sede do nosso Consulado Geral em Lisboa, Portugal, com bombas incendiárias, atacando os serviços prestados aos nossos compatriotas. As agressões irracionais dos grupos desequilibrados não conseguirão inverter os avanços da Revolução Bolivariana", afirmou, numa mensagem partilhada na plataforma Telegram.
O representante do Governo venezuelano congratulou-se por, devido à rápida intervenção das autoridades portuguesas, não terem ocorrido danos de maior e manifestou-se confiante de que "as investigações iniciadas permitirão identificar os responsáveis e determinar as correspondentes responsabilidades".
Este episódio aconteceu depois de o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ter tomado posse para um terceiro mandato de seis anos - na sexta-feira - apesar de a oposição contestar os resultados das últimas eleições presidenciais na Venezuela.
Nos últimos dias, tem havido manifestações nas ruas de várias capitais internacionais contra a tomada de posse de Maduro.
Em Portugal, realizaram-se na quinta-feira manifestações contra o Governo de Maduro, em simultâneo, nas cidades de Aveiro, Porto, Faro, Beja, Lisboa e Funchal.
