Eleições na Madeira. Com "esquerda claramente em perda", Pedro Nuno Santos revela-se "em mau momento"
No programa O Princípio da Incerteza, a reação de Pedro Nuno Santos ao resultado do PS/Madeira nas eleições regionais é alvo de crítica, exceto para Alexandra Leitão, que surge em defesa do secretário-geral do partido
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Os resultados das eleições na Madeira subiram a debate, este domingo, no programa O Princípio da Incerteza, da TSF e CNN Portugal. A esquerda e a atitude de Pedro Nuno Santos são alvo de crítica para Pedro Duarte e Pacheco Pereira, enquanto a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, surge em defesa do secretário-geral do partido.
O PS, que há um ano tinha sido a segunda força política, elegendo 11 deputados, caiu para terceiro lugar e conquistou apenas oito lugares. Em reação, o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, disse que esta “é uma derrota do PS da Madeira” e “não há como ignorar”.
O líder do PS recusou fazer uma leitura nacional do resultado, considerando que a "relação com a política nacional não pode ser feita".
Para o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, estas declarações comprovam como “os líderes se revelam nos maus momentos, mais até do que nos bons”.
Pedro Duarte considera que o socialista “descartou responsabilidades”, mesmo depois de “ter estado fortemente envolvido na campanha”.
“Acho que não foi bonito”, atira.
Mesmo que não tivesse tido interferência ou intervenção na campanha regional, acho que um líder tem sempre que assumir responsabilidade, independentemente de objetivamente ser ele ou não o primeiro responsável.
Já o historiador Pacheco Pereira sublinha que “é muito fácil haver preto e branco” e atira responsabilidades para a esquerda um pouco por todo o mundo.
“A esquerda não sabe renovar a sua linguagem e, por isso, meteu-se, nos últimos anos, em causas que efetivamente são causas que dividem mais do que aproximam”, defende.
No programa O Princípio da Incerteza, Pacheco Pereira insiste que “a esquerda está claramente em perda” e, de modo geral, “abandonou grande parte da motivação social para o seu voto”.
"Ou seja, deixou de falar para quem é mais pobre, para quem trabalha, para quem precisa de direitos como trabalhador. Deixou isso para o Partido Comunista, que está lá num canto, num gueto a manter essa linguagem, mas que depois a perdem em grande parte pelas posições que têm em relação à política internacional, que foi um desastre nos últimos anos", acrescenta.
Em defesa de Pedro Nuno Santos, Alexandra Leitão afirma que o PS não colocou em causa a decisão do povo madeirense: “Essa história da direção radical, do secretário-geral radical, da radicalização do PS... É uma mentira repetida várias vezes para ver se se torna verdade.”
Ninguém pôs em causa os resultados eleitorais, ninguém disse que o povo se enganou, ao contrário do que já aconteceu quando houve uma vitória do PS por alguém do PSD (...). Ninguém criticou a opção do povo, agora, também não acho anormal que o líder da oposição lamente um resultado de derrota.
O PSD venceu as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por um deputado a maioria absoluta. O JPP, segunda força política, foi também um dos vencedores das legislativas antecipadas da Madeira deste domingo. O PS, agora no terceiro lugar, e Chega, que perdeu mais votos, saíram derrotados.