A comissária europeia da Coesão, Elisa Ferreira, diz que a ameaça física na fronteira leste e a ameaça da desinformação têm a mesma origem. Por isso, as eleições europeias de dia 9 de junho são tão importantes.
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A comissária portuguesa Elisa Ferreira considera "absolutamente estratégicas" as próximas eleições europeias "porque nunca, como até hoje, foi tão ameaçado o projeto europeu na sua fronteira física no leste, com uma guerra, como, se uma forma subreptícia minando - fazendo uma espécie de quinta coluna - e explorando, através das redes sociais, todo e qualquer mal-estar, desencanto e divergência, dentro da União Europeia".
Numa conversa com jornalistas portugueses, em Lisboa, Elisa Ferreira concluiu que "isto faz algumas pessoas cegarem-se, em relação a uma perspetiva que requer algum distanciamento", e que, se o tivessem, "as levaria a concluir que só juntos, num contexto europeu, podemos e poderemos afrontar uma guerra, uma pandemia, e as necessidades da Europa manter bons postos de trabalho, de a Europa afirmar-se internacionalmente como a potência industrial, comercial, de investigação e desenvolvimento que já foi e que quer continuar a ser".
Numa altura em que o Governo português denuncia atrasos na execução das verbas do PRR, Elisa Ferreira garante que a aplicação das verbas por Portugal está acima da média europeia, mas que há projetos que podem não estar concluídos dentro do prazo.
A comissária europeia da Coesão alerta para a distração que o PRR está a ser para alguns países e regiões, que poderiam aproveitar melhor os fundos de coesão, que têm mais dinheiro disponível e com prazos de execução mais extensos.
Elisa Ferreira fala em cerca de 24 milhões de euros, até quase ao fim da década, que os países deviam aproveitar para corrigir deficiências estruturais que serão agravadas pela emergência climática.
"Os fundos de coesão são a cola que nos une como europeus", explica a comissária portuguesa, acrescentando que "a política de coesão não é um bombeiro, mas deve ser o construtor".