"Encolher a barriga e suster o ar" não chega para alcançar as metas orçamentais
Passos Coelho desafiou o Governo a aproveitar bem o próximo ano. O líder do PSD falou ainda do BES e do OE2017 para dizer que promulgação do PR foi "o esperado".
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O líder do PSD disse esta quinta-feira que a promulgação do Orçamento do Estado pelo Presidente da República foi "o esperado", apelando a que o Governo não atinja as metas "a encolher a barriga e suster a respiração com medidas extraordinárias".
À chegada ao encontro anual do Conselho da Diáspora, que decorre em Cascais, Pedro Passos Coelho foi questionado sobre a promulgação do Orçamento do Estado para 2017, escusando-se a fazer qualquer comentário sobre esta decisão uma vez que foi "dentro daquilo que era o esperado" e respondendo que não ficou surpreendido com a rápida iniciativa de Marcelo Rebelo de Sousa.
O presidente do PSD espera "que o Governo possa cumprir o orçamento com mais transparência do que aconteceu em 2016", sublinhando que tudo aponta para que se possa "ficar com um défice mais baixo do que o de 2015", pequena redução que "foi conseguida à custa de medidas extraordinárias, que não se podem repetir".
"O meu desejo é que a meta do défice possa ser alcançada porque isso é importante para o país, mas a forma como atingimos essas metas, as escolhas que fazemos também são muito importantes", destacou.
Para Passos Coelho, fazer essa redução à custa de medidas que "não são repetíveis, de encolher a barriga e suster o ar durante um tempo, isso não é uma coisa muito sustentável, não é senão um artificialismo que não promete coisas sustentáveis para futuro".
Em declarações aos jornalistas o líder do PSD desafiou ainda o Governo a dizer exatamente qual é a solução para os lesados do BES e espera que essa resposta seja dada esta tarde durante o debate parlamentar.
Passos Coelho acusou o Executivo de ter feito uma "uma encenação" ao anunciar uma solução para os lesados do BES e lamentou ter de comentar um assunto sobre o qual nada sabe.
"É um vício deste Governo. Faz anúncios, faz encenações, depois dá de forma particular, mas sem assumir a paternidade, informações a órgãos de comunicação social. E depois acha que com isso as pessoas ficam informadas sobre o que se vai passar. Mas não é bem assim, o Governo tem de dizer o que a gente não sabe", disse o ex-primeiro-ministro.