Entre elogios, Marcelo volta a lançar Costa "apaixonado pela Europa" para Bruxelas
Marcelo Rebelo de Sousa considera que "é uma sorte" se António Costa avançar para um cargo europeu.
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O reencontro entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa deu-se, agora, à custa da apresentação do livro do investigador Bernardo Pires de Lima. O Presidente da República voltou a lançar António Costa para a presidência do conselho europeu, lembrando que o antigo primeiro-ministro é "apaixonado pela Europa".
O título do livro "O ano zero da nova Europa" vem a pretexto à paixão conhecida de António Costa, a quem coube a apresentação da obra. Na primeira fila sentou-se o Presidente da República que subiu ao púlpito, no final da apresentação, para elogiar "um final de tarde muito bem passado".
António Costa e Bernardo Pires de Lima são "duas personalidades excecionais", na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, que deixou elogios aos dois protagonistas. Os primeiros foram para António Costa, curiosamente, dias depois de ter considerado o antigo primeiro-ministro como "lento" e "oriental".
"Não é por acaso que foi o primeiro-ministro com mais linda experiência de governação neste século. Com um protagonismo europeu, que pude testemunhar", reforçou.
Marcelo Rebelo de Sousa de olhos postos num possível cargo europeu para António Costa, que na liderança do Governo "antecipava soluções, riscos e problemas". Em síntese: "Apaixonado pela Europa".
"Foi uma sorte termos aqui um protagonista que viveu isto todos os dias, todas as semanas, durante todos estes anos. Por isso, tenho repetido que é uma sorte se ele puder continuar a viver esta problemática, a nível europeu”, acrescentou.
Uma referência à possibilidade de António Costa assumir a presidência do Conselho Europeu, um aparente desejo do Presidente da República e, ao que parece, também do antigo primeiro-ministro.
Foi sobre a Europa que António Costa se debruçou durante a quase meia hora de apresentação do livro de Bernardo Pires de Lima, falando não só do passado, de 2015 a 2024, mas também sobre o futuro. Desde logo, o reforço da autonomia europeia.
“Esta nova realidade torna mais necessária do que nunca que a Europa modernize as duas instituições. Se queremos ser uma Europa geopolítica, é difícil concebê-la mantendo o princípio da unanimidade em matéria de política externa ou de Defesa”, referiu.
Num tom mais ligeiro, numa farpa ao Presidente da República, António Costa mostrou-se “particularmente satisfeito por verificar que o autor defende que o otimismo da vontade se deve sobrepor ao pessimismo da razão”. Marcelo Rebelo de Sousa considerou, várias vezes, que Costa é uma “otimista irritante”.
As eleições para o Parlamento Europeu são a 09 de junho e, depois, são eleitos os novos protagonistas dos altos cargos europeus. António Costa tem sido apontado à presidência do Conselho Europeu, mas o próprio já alertou que não avança para novos cargos sem que exista um desfecho da Operação Influencer.