Entre promessas de "sangue" aos pensionistas e selfies, Chega quer eleger mais deputados por Braga
André Ventura, líder do Chega, não escapou a ser chamado de "fascista" antes da partida da caravana para Guimarães, onde esta noite há jantar comício.
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Promessas de "sangue" aos pensionistas, selfies e chamadas de vídeo. Assim pode ser descrita a passagem de André Ventura pela cidade de Braga, esta terça-feira, numa arruada que reuniu várias dezenas de pessoas a envergar bandeiras quer do partido, quer de Portugal nas ruas e varandas.
O líder do Chega direcionou todas as suas forças para as preocupações dos pensionistas: "Têm a minha promessa, o meu sangue e o meu compromisso político" em relação ao aumento das pensões. De acordo com as contas de Ventura, será possível, "nos primeiros três anos, equiparar todas as pensões ao valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS)".
As verbas, garante, serão resultado de uma melhor gestão, a título de exemplo, do Ministério da Saúde, que “desperdiça entre dois a três mil milhões de euros”, quando a medida que o Chega propõe tem um custo de “1,6 mil milhões de euros”.
Na cidade que tem sempre a porta aberta para todos, alguns cidadãos aproveitaram a presença do líder do Chega para demonstrar o seu descontentamento com o atraso de processos na justiça, como foi o caso de uma emigrante há 30 anos que viu as suas poupanças desaparecem com o caso BES.
Mas nem tudo foram rosas e a "bolha de segurança" de Ventura não deixou passar alguns cidadãos que também se fizeram ouvir com palavras como “lixo”, “fascista” ou “25 de Abril sempre”.
Simão Cruz, de 19 anos, é um dos muitos jovens que participaram nesta ação de campanha. Considera André Ventura o seu “ídolo”, apesar de não conhecer medidas concretas do partido, muito por influência do irmão mais velho.
De telemóvel em riste, Teresa Paiva, de 25 anos, conseguiu que o pai, em videochamada, trocasse algumas palavras com o líder do Chega. Questionada sobre a sua intenção de voto a 10 de março, a jovem diz fazer parte da fatia dos indecisos, apesar de acreditar que algumas medidas do Chega vão conseguir travar a emigração dos jovens.
Mais distante, mas atento ao arranque da caravana de direita, esteve Tiago Lordelo. Natural do Brasil, está em Braga há dois anos e confessa que não se sente “hostilizado” pelas políticas defendidas pelo Chega. O mesmo acontece com a proposta de revogação do acordo de mobilidade na CPLP: “Não me preocupa”, diz.
Sem direito a perguntas, André Ventura seguiu para Guimarães, onde esta noite está previsto um jantar comício.
Nas últimas eleições legislativas, em 2022, o Chega conseguiu eleger um deputado pelo círculo eleitoral de Braga. Em 2024, André Ventura espera alargar essa representação.
