O PS apresenta a partir das 15:00 o Programa de Governo para ser discutido na Assembleia da República.
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A maioria das esquerdas já provou, há duas semanas, que é capaz de fazer cair um Governo. Esta quarta e quinta-feira vai ser chamada a demonstrar se pode dar solidez a uma solução de executivo.
O PS apresenta a partir das 15:00 o Programa de Governo para ser discutido na Assembleia da República. Durante o debate, a esquerda parlamentar quer provar a "credibilidade" da nova maioria, e mostrar que é possível "virar a página da austeridade".
Sónia Fertuzinhos, do PS, elege como objetivo para o debate, afirmar a "sustentabilidade" de uma alternativa que possa equilibrar os compromissos de Portugal com a recuperação da "dignidade" e dos "rendimentos" dos portugueses, mobilizando a sociedade para a "nova legislatura".
Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), considera que o debate não deve ficar centrado no passado, antes deve "abrir portas" mostrando que existe "estabilidade" que vai permitir a "reposição de rendimentos"
Pelo PCP, o líder parlamentar, João Oliveira, reconhece que as circunstâncias políticas são "inéditas" mas diz que o mais importante é o "confronto do programa com a realidade e as perspetivas para o futuro".
O debate vai ainda ficar marcado pelo anunciado o chumbo da moção de rejeição que será apresentada pelo PSD e que terá, tudo indica, o apoio do CDS-PP. O PS, o Bloco de Esquerda e o PCP já garantiram o voto contra. O PAN remeteu a decisão para quinta-feira.
Os pontos de tensão entre a esquerda
O PS admite estar aberto a alternativas, mas para já quer eliminar a sobretaxa do IRS em duas fases: 50% no ano que vem e outros 50% em 2017. Já o PCP e Bloco de Esquerda preferem resolver tudo em 2016.
A discordância também chega à reposição dos salários dos funcionários públicos e à eliminação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade.
No capítulo da idade da reforma, PCP e Bloco de Esquerda têm-se mostrado contra a subida, mas o PS admite rever o fator de sustentabilidade.
No caso da privatização da TAP, para já ainda não é clara a posição do Partido Socialista, mas a do Bloco e PCP não deixa dúvidas - os dois partidos querem inverter o processo.
Também com o Novo Banco podem surgir divergências. Os acordos assinados pelos partidos de esquerda não fazem qualquer menção à banca, um setor que tem vários problemas por resolver, entre eles a investigação aprofundada ao Banif.