Esquerda unida em Lisboa, mas sem PCP: PS, Livre, BE e PAN avançam com coligação
Em declarações à TSF, Alexandra Leitão assinala que este entendimento "pretende ser uma alternativa progressista, humanista e responsável, totalmente focada em soluções práticas para a vida dos lisboetas e para o bem da cidade"
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O PS, o Bloco de Esquerda, o Livre e o PAN chegaram a acordo para avançar em Lisboa com uma coligação em torno da candidatura de Alexandra Leitão na corrida às autárquicas. De fora fica o PCP e o movimento independente Cidadãos por Lisboa. A notícia foi inicialmente avançada pelo jornal Expresso e pelo jornal Público.
Já em declarações à TSF, a antiga líder parlamentar socialista assinala que este entendimento, que "não foi difícil" de alcançar, "pretende ser uma alternativa progressista, humanista e responsável, totalmente focada em soluções práticas para a vida dos lisboetas e para o bem da cidade".
Esta coligação engloba a partilha de um programa e a distribuição de lugares.
Os lugares na coligação têm em conta os resultados das últimas eleições legislativas: o PS conta com os primeiros quatro lugares para a vereação, sendo que o Livre aparece logo a seguir e o Bloco de Esquerda ocupa o sexto lugar. O partido liderado por Rui Tavares volta a aparecer em sétimo e só depois o PAN, com o lugar número oito. O PS fecha, assim, a lista na distribuição dos nove candidatos a vereadores.
Já quanto às freguesias do concelho de Lisboa, o Livre vai indicar o candidato a presidente nas Avenidas Novas, Areeiro e Alvalade. Todas as restantes ficam na esfera do PS.
Nas 15 páginas do acordo de coligação a que a TSF teve acesso, os quatro partidos reconhecem que Lisboa vive um "momento decisivo" e que esta é uma altura de "união".
Há já várias propostas com que a coligação se compromete e que são as linhas gerais que permitiram o acordo. Desde logo, na habitação, com o objetivo de que pelo menos 20% das casas em Lisboa sejam para habitação pública. Defende igualmente um Programa Municipal de Reabilitação e Erradicação dos Devolutos na capital.
Quanto aos transportes, fica assente o reforço da Carris e da rede metropolitana para garantir o transporte público gratuito para residentes. Os partidos querem ainda rever o Plano Municipal para a Integração de Migrantes.
O entendimento desta frente de esquerda foi conseguido no sábado e será apresentado esta sexta-feira.
Na quarta-feira, Carlos Moedas apresentou a recandidatura à presidência da Câmara Municipal de Lisboa e é apoiado pelo PSD, CDS e também pela Iniciativa Liberal.