Nuno Magalhães diz que os "desafios não se compadecem com ministros a prazo" e "não quer acreditar que o Governo esteja a arranjar o melhor momento comunicacional" para remodelar
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"As situações são demasiado graves para se estar à espera do inquérito exaustivo", em entrevista à TSF, Nuno Magalhães insiste no pedido de demissão dos ministros da Defesa e da Administração Interna, mesmo antes de concluídas as investigações ao assalto de Tancos e ao incêndio de Pedrógão Grande.
"Está a tornar-se ensurdecedor o silêncio do Primeiro-Ministro em relação a dois casos que são diferentes mas ambos são gravíssimos e que fragilizam, do ponto de vista político definitivamente dois ministros em "áreas tão sensíveis como é a Defesa e a Administração Interna", diz o líder da bancada centrista.
Nuno Magalhães espera que o Governo não esteja à espera do "melhor momento comunicacional" para avançar com uma remodelação e sublinha que estas "são áreas onde é preciso comando e não alguém que esteja a prazo".
"Vimos o ministro (da Defesa) dizer que a responsabilidade era dele porque exerce e ...ficou à espera que outros assumissem o ónus da responsabilidade objetiva que ele reclamou para si, nomeadamente, gente intermédia das Forças Armadas que foram exonerados para garantir a imparcialidade do inquérito. Ora este raciocínio aplicado ao ministro é uma inevitabilidade, quer no caso do ministro da Defesa, quer no caso da Administração Interna", considera Nuno Magalhães.
Cativações " como à beira da Troica"
Nuno Magalhães considera que o Estado da nação "não é tão positivo quanto se quer vender às vezes" e cita o valor das cativações realizadas pelo atual governo na gestão orçamental deste ano.
"Estas cativações de mil milhões de euros, do ponto de vista do número só têm semelhança com aquelas feitas pelo Primeiro-Ministro José Sócrates quando estávamos à beira da troica", diz o presidente da bancada do CDS.
Maioria "unida pela vontade de poder"
Na leitura de Nuno Magalhães a atual maioria composta pelo PS, BE, PCP e Verdes "é uma coligação parlamentar, mesmo sem ministros" mas "não é um projeto".
"É apenas a manutenção do poder pelo poder e para evitar que quem ganhou nas urnas regresse ao poder"
O líder parlamentar do CDS diz que "tanto PCP como Bloco de Esquerda depressa se enamoraram do poder" e que "o que os une é vontade de poder".