O PS inicia uma maratona de sessões para reunir contributos para o programa eleitoral que leva às legislativas antecipadas de 18 de maio. À TSF, Miguel Costa Matos tenta vincar a diferença com o Executivo de Luís Montenegro, que acusa de ter "desbaratado o excedente orçamental", sem responder aos problemas do país
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Arrancam esta quarta-feira as sessões de debate para a revisão do programa eleitoral do PS para as legislativas. Em entrevista à TSF, Miguel Costa Matos afirma que o objetivo é "marcar o contraste com a falta de soluções" do atual Governo.
"Ao longo dos próximos dias, vamos ver várias pessoas que os portugueses aprenderam a confiar", diz, vincando o contraste com o atual Governo. "É um Governo que nos trouxe instabilidade, piores resultados e um Governo que, nesta questão fundamental da ética e da transparência, não conseguiu gerar confiança. O contraste será absolutamente claro", afirma.
Apostado em mostrar que tem alternativa à atual governação da AD, "que não gerou confiança", o PS inicia esta quarta-feira uma maratona de sessões para reunir contributos para o programa eleitoral que leva às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio. Miguel Costa Matos, coordenador destes "Estados Gerais", tenta vincar a diferença com o Executivo de Luís Montenegro, que acusa de ter "desbaratado o excedente orçamental", sem responder aos problemas do país.
Depois de algumas semanas em que não largou o tema da empresa familiar de Luís Montenegro, o PS aposta agora também em mostrar alternativa e, como fez António Guterres nos anos 90, convida vozes de independentes e antigos governantes para participar no diálogo. António Vitorino, que tem sido apontado como um dos nomes "presidenciáveis" da área socialista, vai participar na sessão sobre "Relações Internacionais, Europa e Defesa”, na próxima sexta-feira.
Questionado sobre se este convite traduz um sinal de que o apoio do PS poderá recair sobre Vitorino, Miguel Costa Matos prefere sublinhar que, "obviamente, o PS conta com um conjunto de pessoas que ao longo destas ultimas décadas tiveram um contributo para a sociedade que os portugueses reconhecem".
Esta quarta-feira, a manhã vai ser dedicada à habitação, com a participação de Ana Drago, antiga deputada do BE e uma das coordenadoras do Observatório sobre Crises e Alternativas do CES, e das antigas governantes Marina Gonçalves e Fernanda Rodrigues.
Filipa Serpa e António Leitão, que já integraram o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, Francisco Paiva Ribeiro, da AICCOPN, a arquiteta Inês Lobo, Carlos Fernandes, da empresa Casais, ou José Teixeira, da DST, também compõem este painel.
A tarde é dedicada ao Serviço Nacional de Saúde, com a participação do antigo diretor-executivo do SNS Fernando Araújo, a antiga diretora-geral da Saúde Graça Freitas e Constantino Sakellarides. O psiquiatra Daniel Sampaio, o ex-ministro da saúde António Correia Campos, o ex-secretário de Estado Ricardo Mestre, o médico Eduardo Barroso e a deputada e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS com a área da saúde Mariana Vieira da Silva são outros dos nomes que compõem este painel.
Com o arranque da próxima semana, a manhã de segunda-feira será dedicada ao tema do território, poder local, agricultura e mar, enquanto a tarde terá como foco o ambiente e o clima.
O último dia, terça-feira, terá um painel sobre “Democracia, Transparência e Direitos Fundamentais” da parte de manhã, sendo a tarde para debater justiça e segurança interna. Todas as sessões começam com uma intervenção do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, a única parte dos trabalhos que decorre à porta aberta.