Luís Filipe Pereira salienta a importância do CES que não pode ser afetado pelo facto da última palavra depender da Assembleia da República.
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O presidente do CES (Conselho Económico e Social), Luís Filipe Pereira, acredita que o papel da concertação social está a ser ameaçado. No fórum da TSF, o economista frisou que a concertação é o palco para o diálogo e o consenso social, mesmo que algumas partes estejam a esvaziar o CES e a retirar-lhe importância, numa clara alusão à CGTP.
"Basta que uma das partes não se empenhe, porque sabe que noutro local tem maiores possibilidades de ver aprovado o que pretende, e estamos a esvaziar o Conselho Económico e a retirar-lhe importância", afirmou o economista.
Para Luís Filipe Pereira, "é evidente que a Assembleia da República tem sempre a última palavra, agora uma decisão da Assembleia é sempre política. O que se trata aqui é de encontrar consensos e chegar a soluções partilhadas por todos os parceiros sociais. Se a decisão for puramente política e não envolver os parceiros sociais, então há a preocupação do CES estar esvaziado das suas funções".
O antigo ministro da saúde considera que retirar a importância ao CES seria uma perda para a nossa sociedade. "Na prática, não estamos a dar ao CES o papel para o qual ele foi criado [decisão sobre o salário mínimo, assumida nas negociações entre o PS e os partidos à esquerda e que habitualmente passa pela concertação social]. Ele foi criado para concertar a posição das várias partes: do governo, dos patrões e dos sindicatos", finalizou Luís Filipe Pereira.