"Estamos a ser ambiciosos." Governo espera regularizar listas de espera para cirurgia oncológica em três meses
O Governo apresentou o plano de emergência para a saúde
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, reconheceu que este plano de emergência do Governo para a saúde teve um "ponto de partida muito problemático, mas o Executivo conseguiu apresentá-lo dentro do prazo, nos primeiros 60 dias de exercício do mandato.
"Cumprimos, mas o cumprimento do prazo é seguramente o menos importante naquilo que está em causa neste plano. O ponto de partida é muito problemático. Há várias dificuldades e problemas acumulados ao longo dos anos que têm provocado um aumento da desigualdade social, visto que todos os cidadãos que têm no Serviço Nacional de Saúde a única opção para ter os respetivos tratamentos ficam prejudicados face àqueles que têm meios económicos para aceder a outras respostas", reconheceu Montenegro.
O objetivo deste plano é dar uma "resposta urgente e imediata" a vários dos problemas do SNS e irá atuar em "três grandes dimensões".
"Urgência, definição e afirmação de medidas de prioridade e transformações estruturais. O nosso propósito é qualificar e esgotar toda a capacidade disponível no SNS. A base do nosso programa é o SNS. Precisa de melhor gestão, investimento nos seus recursos humanos, técnicos e físicos", sublinhou o primeiro-ministro.
Os eixos estratégicos do plano do Governo são as respostas a tempo e horas, bebés e mães e segurança, cuidados urgentes e emergentes, saúde próxima e familiar e saúde mental.
"A requalificação dos nossos serviços de urgência, uma melhor gestão da nossa capacidade e celeridade no atendimento nas várias dimensões. Queremos uma saúde próxima e familiar. Um dos grandes problemas que temos no SNS é a falta de resposta no âmbito da medicina familiar, muitas vezes centrada na circunstância de termos mais de 1 700 000 portugueses sem médicos de família. A ministra da Saúde irá detalhar a nossa estratégia neste ponto", explicou.
Montegro reforçou que o Governo procurará dar um médico de família a todos os portugueses mas, para já, pretende garantir que ninguém deixa de ser atendido por um profissional de medicina familiar quando precisa.
Regularizar listas de espera para cirurgia oncológica em três meses
O Governo espera regularizar as listas de espera para as cirurgias oncológicas em três meses através do programa OncoStop2024, que está a funcionar há três semanas.
"Apesar de se meter o verão estamos a ser bastante ambiciosos. Este programa vai ser todo feito no SNS, de Norte a Sul do país. Dos mais de 9 mil doentes que estavam em espera há mais de 1200 que já foram tratados e já estão com a sua situação a caminho da resolução. Fazemos isto com recurso a meios digitais", revelou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
O objetivo é não só responder aos doentes que estão à espera, mas também antecipar a resposta aos que, no futuro, não vão poder esperar.
"Temos de criar um sistema que crie uma organização, uma mobilização diferente dos profissionais e uma utilização diferente das nossas infraestruturas para garantir que nenhum doente em Portugal com um problema oncológico fique à espera", afirmou a ministra.
SNS Grávida
Para as grávidas, o Governo pretende criar um canal semelhante à Linha SNS24, o SNS Grávida. Através deste atendimento direto, as grávidas poderão ser triadas e encaminhadas para uma maternidade ou bloco de partos disponível.