"Estes não chegam." PS pede mais esclarecimentos a Luís Montenegro sobre empresa familiar
No programa O Princípio da Incerteza, Alexandra Leitão afirma que os esclarecimentos prestados por Luís Montenegro sobre a empresa familiar “não chegam”. Para Pacheco Pereira, empresas como esta existem por todo o país e servem para partilhar contactos e influências
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Alexandra Leitão afirma que os esclarecimentos prestados por Luís Montenegro sobre a empresa familiar “não chegam”. No programa O Princípio da Incerteza, da TSF e da CNN Portugal, a líder parlamentar do PS não aceita que o primeiro-ministro tenha encostado a oposição contra a parede. Já o social-democrata diz que empresas como esta existem por todo o país e servem para partilhar contactos e influências.
"Não podemos cair naquilo que o Governo quis empurrar a oposição, que é uma lógica binária que é assim: ou digam que estão satisfeitos ou façam-nos cair e sejam os provocadores da instabilidade", considera Alexandra Leitão.
“O que eu digo é não, não são as únicas duas hipóteses”, acrescenta, sublinhando que o PS quer mais esclarecimentos: “Estes não chegam.”
"Confesso que já não consigo ouvir Luís Montenegro a falar dos filhos e pôr a sua família daquela maneira em cima da mesa, para depois vir dizer que isto foi muito transparente. Pelo contrário, dá detalhes a mais sobre o que não devia dar e detalhes a menos sobre o que devia dar."
Para Pacheco Pereira, empresas como a de Luís Montenegro vivem “essencialmente da pessoa que lhes dá o acrescento da sua influência política”.
“O mecanismo é sempre este. A riqueza, a influência e o poder daqueles homens são os contactos que têm, a influência que têm e os cargos que tiveram e poderiam possivelmente ter.”
Também no programa O Princípio da Incerteza, o social-democrata Guilherme Silva defende que o primeiro-ministro deveria ter deixado a empresa antes de ter tomado posse.
O primeiro-ministro anunciou sábado que a empresa familiar Spinumviva passará a ser “totalmente detida e gerida pelos filhos”, deixando a mulher de ser sócia gerente, e irá mudar de sede.
O anúncio de Luís Montenegro foi feito numa comunicação ao país, após uma reunião do Conselho de Ministros Extraordinário, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento (Lisboa).
Ladeado de todos os ministros, o primeiro-ministro disse ainda que “sempre que houver qualquer conflito de interesses por razões pessoais e profissionais” relacionados com a sua empresa familiar não participará nos processos decisórios do Governo, tal como outros membros do executivo.
Após esta comunicação ao país, o PCP anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, mas o líder socialista já avançou que não a vai viabilizará e que votará contra uma moção de confiança caso o executivo a apresente.