Eurodeputado Bruno Gonçalves é candidato à JS. Quase 20 anos depois, eleição faz-se a dois
Bruno Gonçalves quer que o país, nos próximos 20 anos, conte com 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para habitação
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Ganhou protagonismo na campanha para as eleições europeias, depois de ter sido escolhido por Pedro Nuno Santos para ser o número quatro da lista liderada por Marta Temido, e é agora candidato a secretário-geral da Juventude Socialista (JS). Bruno Gonçalves junta-se a Sofia Pereira pela sucessão de Miguel Costa Matos.
Bruno Gonçalves é o atual secretário-geral da União Internacional da Juventude Socialista, considerada “a maior organização política de juventude a nível mundial, com mais de dez milhões membros em 110 países”. Ocupa ainda o cargo de vice-presidente da Internacional Socialista, liderada pelo chefe de Governo espanhol, Pedro Sanchez.
Natural de Braga, aos 27 anos vive entre Viena, Bruxelas e Braga. Liderou a JS do seu distrito entre 2017 e 2019. Formado em engenharia mecânica, no Parlamento Europeu pertence à Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia e à Subcomissão dos Assuntos Fiscais.
Mais e melhores salários (e a causa da Palestina)
Numa nota enviada à TSF, Bruno Gonçalves prometer bater-se por melhores salários e mais habitação para os jovens. Quer que o país, nos próximos 20 anos, conte com 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para habitação e defende uma “via verde” de incentivos aos privados, para que construam habitações públicas e acessíveis.
Defensor do reconhecimento do Estado da Palestina, onde já esteve várias vezes, apelou ao Governo, na campanha para as eleições europeias, a que Portugal assumisse uma posição mais convincente pela defesa da Palestina. Na noite eleitoral, depois de eleito eurodeputado, envergou um cachecol ao pescoço pela causa palestiniana.
Discussão a dois: Bruno Gonçalves e Sofia Pereira
O anúncio da candidatura surge uma semana depois de Sofia Pereira ter dado o passo em frente, rumo à sucessão de Miguel Costa Matos, o que leva os jotas socialistas para uma disputa interna que não acontecia há quase 20 anos. Pela última vez, em 2006, o então secretário-geral da JS, Pedro Nuno Santos, foi reconduzido numa eleição contra João Tiago Henriques.
Desde então, a JS tem assistido a sucessões pacíficas, esquecendo as guerras internas que fizeram mossa, como em 2000, quando Jamila Madeira venceu Ana Catarina Mendes por um voto. Desde 2008 que Duarte Cordeiro, Pedro Delgado Alves, João Torres, Ivan Gonçalves, Maria Begonha e Miguel Costa Matos foram candidatos únicos aos vários mandatos.
O congresso em que vai ser eleito o sucessor de Miguel Costa Matos vai realizar-se em dezembro deste ano.