Europeias "não são segunda volta das legislativas". Todos contra o Chega nas migrações
Os candidatos ao Parlamento Europeu participam, esta segunda-feira, no debate da Rádio, que teve transmissão em direto na TSF
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O pacto ecológico levou a um confronto com a CDU: "Não há nenhuma medida concreta", apesar "de se falar nisso há 40 anos", responde Pedro Fidalgo Marques, afirmando que o PAN está "desde o início" nas lutas ambientais.
Este debate contribui para clarificar que as eleições europeias são sobre a "luta por um Portugal mais democrática e soberano numa Europa que queremos que seja de paz", diz João Oliveira.
Nas suas intervenções, o candidato procurou afirmar o que distingue a CDU das outras forças políticas: "Não nos enganamos na defesa do povo." Há forças políticas que têm "mais cadastro do que currículo", numa referência à AD, à IL, ao Chega e ao PS.
"Correu bem para o meu lado". Assim descreve João Cotrim de Figueiredo a sua prestação no debate. Contudo, não conseguiu marcar um ponto distintivo entre a Iniciativa Liberal e as outras forças políticas: "É a única candidatura que tem em relação ao projeto europeu simultaneamente uma postura de apreço e amor pela Europa e de que os grandes problemas são resolúveis.”
E refere ainda: "Tive menos cinco minutos do que o candidato que mais falou."
O candidato da IL considera que a emergência climática e a economia "não podem ser antagónicas". Assinala igualmente que "é completamente ilusório que impostos não acabem sempre a ser pagos pelas pessoas". "Quando há necessidade de caricaturar os adversários, é sinal de que não há mais argumentos."
Francisco Paupério afirmou que o Livre se apresentou no debate com as suas mensagens e que a campanha está a ser "esclarecedora em relação a todos os grupos políticos".
"Queremos continuar com a nossa mensagem verde, feminista e justa para todos os portugueses", garantiu.
O cabeça de lista do Livre admitiu que o partido tem "vários adversários" por motivos diferentes.
"Temos uma extrema-direita que nega as alterações climáticas, mas também no espaço da AD aqueles que tentaram acabar com a lei do restauração da natureza e a colocar as políticas ambientais fora das prioridades. Precisamos um reforço do Livre para defender estas causas no Parlamento Europeu", argumentou o Livre.
Tal como fez no final do debate, Catarina Martins sublinhou que PS, PSD, CDS e IL estão juntos num "problema de grande convergência", fazendo parte de famílias europeias que votaram em conjunto três dossiês "importantíssimos".
"O pacto das migrações, que vai criar mais problemas na Europa. Estão também juntos nas regras de governação económica que vão tornais mais difícil ao país um investimento no que é fundamental para as pessoas e estão também de acordo com a política do Banco Central Europeu. Nestas eleições europeias era importante debater alternativas a isto, permitir que os preços da habitação baixem e que a União Europeia cumpra as regras de direitos internacional, que não pague a países que acabam por despejar imigrantes no deserto", explicou.
Na intervenção criticou também o Chega por gostar de fazer de conta que há um problema de segurança ligado à imigração.
"O Chega diz mentiras para cirar ódio e divisão entre as pessoas. É uma inutilidade para resolver problemas. Só sabem criar problemas, não têm solução para resolver nenhum. Todos conhecemos setores da economia onde trabalham imigrantes com trabalhadores nacionais lado a lado. O que o Chega faz é atacar os imigrantes e dividir as pessoas", afirmou Catarina Martins.
Marta Temido faz um balanço "francamente positivo" do debate, onde apresentou as suas propostas e ideias "focadas nas grandes preocupações", como, por exemplo, "a possibilidade de apostar numa economia mais sofisticada".
A socialista não concorda com a ideia de que as eleições europeias sejam uma segunda volta das legislativas. As eleições do dia 9 de junho são, sim, as "mais importantes das nossas vidas".
Sobre a campanha eleitoral, assinala: "Temos ainda muito país para percorrer."
Chega responde a acusação do BE. "Quem diz se somos ou não uma inutilidade política é o povo"
Tânger Corrêa respondeu à acusação do Bloco de Esquerda, que disse que o Chega é uma "inutilidade política".
"O Bloco de Esquerda tem quatro deputados, nós temos 50. Quem diz se somos ou não uma inutilidade política é o povo português, não o BE. Somos o partido que mais cresceu em Portugal", afirmou.
Sobre se saiu prejudicado por não ter esclarecido o Livre sobre a posição europeia do Chega, Tânger Corrêa diz não fazer ideia da forma como é percecionado pelos eleitores.
"Ao contrário da maioria dos meus adversários, não sou político. Temos de optar muitas vezes por um equilíbrio entre o que é a verdade e opiniões mais rebuscadas, o que não se passa na política nacional", disse o candidato do Chega.
O cabeça de lista da Aliança Democrática às eleições europeias, Sebastião Bugalho, viu o debate como "esclarecedor", mas gostava que "os temas europeus tivessem sido mais protagonistas".
Questionado sobre os debates mais acesos com Marta Temido, o social-democrata sublinhou que "nunca houve um ataque pessoal nem resposta a um ataque pessoal" por parte da AD.
"E é assim que vamos continuar até dia 9", rematou.
Já Cotrim de Figueiredo rejeita leituras internas com as eleições europeia, admite que “terá mérito” se tiver um bom resultado, mas “não há cá a marca Cotrim”, em contraponto com a figura do atual líder liberal, Rui Rocha.
Está encerrado o último debate para as eleições europeias de 2024, que teve lugar na rádio.
Respondendo à questão sobre se é a favor da integridade territorial e reconhecimento da Crimeia, João Oliveira afirmou que os votos nos deputados da CDU "serão para defender intransigentemente a paz", colocando-se ao lado da "luta pela paz" e segurança coletiva da Europa.
"Respeito pela autodeterminação dos povos e pelos direitos humanos têm de ser verificados não só em relação à Crimeia, mas em relação ao Donbass. Essa é uma questão decisiva para o futuro dos nossos jovens, para que não seja igual ao passado dos nossos pais e avós, que foram empurrados para a guerra colonial. Os votos nos deputados da CDU serão para defender intransigentemente a paz", sublinhou João Oliveira.
Numa pergunta rápida, Marta Temido é questionada se preferia o almirante Gouveia e Melo a tratar de vacinas numa segunda pandemia ou como candidato presidencial em 2026? Responde que “a última coisa de que gostaria é de uma nova pandemia”.
Francisco Paupério rejeita, também, que “venha a estar nesta Iniciativa Liberal”, embora já tenha admitido que, numa fase inicial, ponderou a militância em vários partidos.
Catarina Martins é recordada que Mortágua defende uma aliança à esquerda para combater o Governo da AD. Admite que, na União Europeia, “há um caminho que tem de ser feito” para “melhores salários” e “questões ambientais”.
“É possível fazer alianças na Europa, é para isso que me candidato”, diz Catarina Martins, desde logo, para “falar de genocídios em Gaza e colocar imposições a Israel”.
João Cotrim de Figueiredo justificou o voto favorável da IL à adesão da Ucrânia à União Europeia com o "momento em que vivemos", em que há "forças de retrocesso de direitos".
"Na carta de direitos fundamentais deve estar o que é absolutamente consensual para não colocar em problemas de uniformização países que na UE não adotem as mesmas soluções legislativas. O voto favorável à inclusão na carta de direitos fundamentais e a votação favorável da IL tem a ver com o momento em que vivemos, em que há forças de retrocesso desses direitos para que esse retrocesso nunca aconteça", justificou o candidato liberal.
O PAN pede que se desmistifique: a tecnologia está ao lado dos agricultores. O candidato do PAN foi questionado sobre os recentes protestos dos agricultores, e defende a revisão da política agrícola comum para, para “mais ambiente”.
Catarina Martins mostrou-se "muito feliz" com a prestação de Mariana Mortágua como coordenadora do Bloco de Esquerda e criticou o PS, a AD e a Iniciativa Liberal pelas posições que têm defendido no Parlamento Europeu no que toca à imigração e posição sobre a independência no Banco Central Europeu.
"Temos aqui uma grande convergência entre o PS, a AD e os liberais no Parlamento Europeu. Vão sentar-se em grupos que fizeram acordos de governação económica e o pacto das migrações que institucionaliza a criminalização de imigrantes e a detenção de crianças, contra tudo o que a Unicef pediu. São também estes três grupos - PS, AD e IL - que se vão sentar com a mesma posição no Parlamento Europeu sobre a independência do BCE e vão continuar a defender que decisões tão importantes como as taxas de juro não têm nada a ver com a democracia. Como estes partidos têm exatamente a mesma posição na UE, é impossível ver nos resultados das europeias alternativas políticas", acusou a ex-coordenadora do BE.
Marta Temido admite que “nunca desejaria” ter a tarefa de elaboração de listas de candidatos, questionada sobre o corte de Pedro Nuno Santos com toda a delegação do PS em Bruxelas. A socialista assume que, muitas vezes, “é preciso estar na sala e tomar decisões difíceis”.
João Oliveira também é questionado com a liderança do seu partido, desde logo, se Paulo Raimundo tem o lugar em risco se falhar a eleição para o Parlamento Europeu. Admite que, nesta campanha, “trata-se da realidade nacional”, sem responder diretamente à pergunta.
Apesar da insistência, João Oliveira não responde se Paulo Raimundo poderá deixar o cargo.
Pedro Fidalgo Marques puxa para si a responsabilidade pelos resultados das eleições europeias, e rejeita que Sousa Real “tenha de dar o lugar a outra ou a outro” caso tenha uma nova derrota eleitoral. O PAN elegeu nas últimas eleições europeias, pela primeira vez.
O candidato apela ao voto no PAN para a defesa do bem-estar animal em Bruxelas.
Cotrim de Figueiredo “não tem medo de ser chamado para voltar a liderar o partido”, porque “não o deseja”.
Questionado sobre se tem sentido falta de Rui Tavares, que ainda só marcou presença na campanha do Livre durante dois dias ao contrário dos restantes líderes partidários, Francisco Paupério disse que "os outros líderes podem ter menos confiança nos seus candidatos". Negou estar a correr em pista própria e que haja falta de apoio de Rui Tavares.
"Rui Tavares esteve presente na nossa abertura de campanha. Esteve presente. Isso ficou sanado com o reaparecimento e esta semana vai acompanhar-nos na estrada", recordou.
Caso perca, assume que a responsabilidade será sua. Caso ganhe, será de todo o partido. "É um processo normal", acrescentou.
Sebastião Bugalho defende que “as metas ambientais devem ser cumpridas”, e alerta que “a exportação de energia verde acaba por ir para Alemanha ou para países sem regras europeias”, que não cumprem com as metas ambientais. O candidato da AD pede, por isso, que a transição energética se faça olhando para os critérios da União Europeia.
Já Marta Temido sublinha o fim da eletricidade a carvão e lembra que, em 2023, o país esteve seis dias só com energias renováveis. A socialista recorda “o que sofremos com a última crise energética”.
A aposta nas renováveis permite “melhor ambiente e melhores contas no final do mês” às famílias. Trata-se, também, de “uma energia segura”. A socialista recorda também que o PPE foi caraterizado como “pré-histórico” nas políticas de ambiente.
Marta Temido é questionada sobre a liderança do seu partido, desde logo, se seria mais fácil vencer as eleições com António Costa como secretário-geral. A socialista lembra que “esse problema está resolvido pelos militantes” e o PS “não tem problemas lá em casa”.
Além disso, Marta Temido lembra que até os antigos eurodeputados do PS, que foram cortados para um novo mandato, estão na campanha eleitoral. Espera, igualmente, contar com António Costa num dois dias de campanha.
O PS “não está preparado para perder” as eleições europeias, pelo que não vê margem para que vozes se levantem contra Pedro Nuno Santos. Temido quer “ganhar as eleições pelo que valem” e pede que se pergunte a Pedro Nuno se ficará com mais força para chumbar o Orçamento do Estado se o PS vencer as eleições.
Já João Oliveira reforça que a nacionalização do setor da energia contribui para as alterações climáticas, puxando pelo trabalho dos eurodeputados do PCP no mandato que agora termina. O PCP defende a produção local, não só para a soberania alimentar, mas também a pensar no ambiente.
“Aproveitar o ambiente e a natureza para criar negócio”, diz, lembrando que o mercado de carbono “dá direito a poluir”. E reforça: “Quem quiser falar de ambiente, sem o modelo de negócio, está a falar de jardinagem”.
Tânger Corrêa afirmou que Portugal está a atingir um "extremismo verde" que não se coaduna com o desenvolvimento do país.
"Qualquer dia produzimos energia, não produzimos alimentos. Há pouco falava das offshores eólicas. Metade dos parques eólicos do mar do Norte não funcionam e a manutenção tem um preço fora de qualquer normalidade de pagamento. Os aviões são altamente poluidores. Não vejo nenhum partido ecologista a defender medidas nesse sentido. Os navios são altamente poluidores. Não sou contra, sou muito a favor do transporte marítimo", explicou.
Em termos energéticos, a energia nuclear é uma hipótese para o Chega.
"Em termos de custo/eficiência é uma boa energia e o tempo das grandes centrais nucleares já passou. Defendemos a instalação de centrais nucleares mais pequenas e seguras", afirmou.
No final da intervenção acrescentou que "Portugal não tem falta de água".
"O que Portugal não faz é uma distribuição equitativa da água. Não fazemos uma política da água consequente", explicou o cabeça de lista do Chega às europeias.
Cotrim de Figueiredo é questionado se se sente acompanhado pelo Chega por não defender a emergência das alterações climáticas. Respondeu com um longo silêncio, enquanto decidida “se desmentia pela décima vez”.
O candidato da IL garante que o partido “não é negacionista nem alarmista”. É preciso uma “noção de equilíbrio”, para evitar “escolhas impossíveis” que são “politicamente muito perigosas”.
O Livre acusou a Iniciativa Liberal de defender medidas que aumentam a desigualdade social.
"Vimos que nos últimos quatro anos 99% das pessoas mais pobres perderam riqueza para este 1% mais rico. Neste momento, 60% do rendimento em Portugal vem do capital, de pessoas que não trabalham", justificou Paupério.
Sobre a transição verde, o partido defende regras orçamentais que permitiam o investimento público e que ofereçam uma fatura da luz mais baixa.
"A União Europeia tem de permitir mais ao país. Isso vai contribuir sempre para um aumento de salários e empregos", disse.
Pedro Fidalgo Marques é questionado sobre a escassez de água, desde logo, as propostas do partido para resolver o problema. O candidato do PAN regozija-se, em primeiro lugar, que o seu partido “já não esteja a falar sozinho”, mas que todos puxem para o debate político as políticas ambientais.
É necessário garantir uma boa gestão dos rios, acrescenta o candidato, sem referir de que forma. Sobre o pacto ecológico europeu, garante que é um erro dizer que “vamos perder competitividade” com as energias renováveis: “são dois euros a mais por energia renovável”.
“É um ganho para uma a economia”, diz, lembrando que “é o dia internacional da utilização da bicicleta”.
Sebastião Bugalho, em réplica, lamenta que o PAN considere que "é o pai das alterações climáticas", lembrando que os fundos europeus para fazerem frente à pandemia já alocavam "40% às alterações climáticas".
Pedro Fidalgo Marques, do PAN, referiu que os subsídios da UE aos combustíveis fósseis são 360 milhões por ano, "o dobro que Portugal já recebeu por ano da UE" e pede, por isso, um "uso mais criterioso dos fundos" para não apoiar atividades intensivas que são "prejudiciais ao ambiente".
"Oitenta por cento do valor da PAC vai para a pecuária intensiva, onde temos maior produção de gás de efeito estufa e faz pior à saúde. Temos de ter um uso mais criterioso dos fundos. O dinheiro existe, mas está a ser mal aplicado e continua a apoiar atividades intensivas que são prejudiciais ao ambiente", afirmou o PAN.
Questionado sobre se a Rússia e a Bielorrússia deviam aderir à UE quando tiverem regimes democráticos, Francisco Paupério respondeu que "o projeto da UE ainda está em construção", é de "paz e solidariedade" e, por isso, seria "um dia feliz".
Depois, atacou Tânger Corrêa, que tem estado a favor do alargamento e da adesão da Ucrânia, ao contrário do grupo político em que se insere o Chega no Parlamento Europeu.
"Como é que se dá ao desplante de dizer que é a favor do alargamento e pró-Ucrânia?", perguntou Paupério. Ao que Tânger Corrêa se limitou a responder: "Isso não é da sua conta".
Questionado sobre se a Ucrânia e Sérvia devem fazer parte da União Europeia, João Oliveira afirmou que a CDU leva os assuntos internos "muito a sério" e que esta é uma questão "para quem entra, mas também para quem está".
"Há um aspeto imprescíndivel. Essa decisão tem de ser tomada por cada povo de forma democrática relativamente ao caminho que quer. O alargamento é uma questão para quem entra, mas também para quem está. A experiência mostra-nos que alargamentos da UE que não sejam acompanhados por um reforço significa que para os países mais fortes abrem-se mercados que se aproveitam e para os países da periferia, como Portugal, há prejuízos pelos quais não somos compensados", explicou João Oliveira.
Tânger Correia admite que foi uma “declaração de intenções” a promessa de André Ventura para o “maior aumento de sempre das pensões” através de financiamento europeu. Ora, o candidato do Chega lembra que André Ventura não é primeiro-ministro e o Chega não está no Governo.
Já João Cotrim de Figueiredo defende que “os fundos europeus não contribuem para a independência económica”, como no caso de Portugal que “não está em condições de sobreviver” sem os fundos, mas rejeita que "sonhe com não haver fundos".
A IL “não aceita que se coloca como condição para o alargamento a rejeição pela diminuição de fundos”, como pede o PS.
Tânger Correia lembra que “negociou duas vezes” os detalhes para a adesão da Sérvia à União Europeia. O moderador lembra a Tânger Correia que, em 2000, na Sérvia, juntou jovens dirigentes políticos de todos os quadrantes após a queda de Milosevic. O candidato do Chega é questionado se está ao lado dos partidos políticos mais à esquerda na defesa da entrada da Sérvia na União Europeia.
O cabeça de lista do partido de André Ventura diz que “sempre foi a favor” do alargamento aos Balcãs ocidentais.
Sebastião Bugalho reconhece que há países que ainda não podem fazer parte da UE, mas defende que o alargamento é um imperativo estratégico.
"Somos a favor do alargamento, queremos ter uma voz forte e vamos defender os interesses dos portugueses. É possível sermos a favor do alargamento e termos mais e melhor para Portugal dentro da Europa. Concordo com a CDU, é fundamental equilibrar o processo de integração dos imigrantes com o nosso estado social. No Fundão o processo de autonomização de um migrante é de um ano", respondeu o representante da AD.
O PS defende “sincronização” para a adesão de novos estados-membros à União Europeia, “o que dá para a Moldávia ou para a Ucrânia”. A UE “tem de fazer um caminho para garantir a capacidade de absorção de novos” membros. São necessárias reformas, defende, porque “é diferente uma UE a 27 ou a 35”.
Marta Temido rejeita que a adesão de novos estados-membros “prejudique as pessoas” e, com a acusação de Cotrim de Figueiredo, rejeita também que se trate de “novos impostos” para as grandes empresas.
“Não basta dizer 'venham'”, atira.
Cotrim de Figueiredo, na réplica, nota que "os impostos às grandes empresas incidem sobre as pessoas". Para o liberal, o PS "entende que novas adesões só com mais impostos".
João Oliveira acredita que, quando a política não serve, "os instrumentos que a aplicam dificilmente podem servir" e pede que a segurança seja "garantida a todas as populações".
"O discurso de ódio contra os imigrantes gera situações de violência e tem de ser combatido. Levantando muros e barreiras ficamos fechados sobre nós próprios. É preciso regularizar os processos dos imigrantes. Os candidatos do Chega deviam ir a Azinhaga do Ribatejo falar com os imigrantes e os portugueses que trabalham ao lado dos imigrantes", acrescentou o comunista.
Cotrim de Figueiredo rejeita a “xenofobia e o racismo” do Chega que fala em coação dos imigrantes. O candidato liberal lembra que a nacionalidade não é sinónimo de violência. Em Vila Nova de Milfontes, as autoridades acabaram por não intervir: “Porquê?”, questiona o liberal.
Marta Temido defende que a última reforma nas políticas de imigração “foi no sentido correto” e repudia “ideia de que estamos a praticar exploração de imigrantes. A antiga ministra da saúde dá até o exemplo da vacinação.
“O que me preocupa é quando vejo candidatos a querer “dar destino” aos imigrantes. São algum objeto?”, questiona.
Catarina Martins acusou o PS de ter deixado que os processos de legalização dos imigrantes "se acumulassem de uma forma absolutamente inaceitável".
"Não fez nada. Este Governo ainda não apresentou uma única proposta para resolver os processos pendentes. São pessoas que eswtão há anos no nosso país e querem o reagrupamento familiar. Estão no país legalmente, a trabalhar e o Estado está a demorar anos", defendeu.
O PAN defende balcões do cidadão para recolha de dados biométricos dos cidadãos. Pedro Fidalgo Marques nota que servirá para “agilizar” as entradas nos países. O candidato aponta ainda ao adversário do Chega, que aposta numa “política do medo”.
Fidalgo Marques defende que os dados biométricos devem ser recolhidos e, “se forem feito de acordo com a legislação”, o PAN “não tem problemas com isso”.
Do lado do Chega, Tânger Corrêa afirmou que "há que equilibrar parâmetros" para que os portugueses não sofram com a imigração e falou num caso concreto de "ameaças" por parte de imigrantes.
"Preocupa-nos muito que os portugueses se sintam mal no seu país. Temos 400 mil à espera de serem registados e de entrarem no mercado de trabalho. O primeiro passo é a regularização desses 400 mil. É fundamental determinar-se as necessidades que o país tem", acrescentou, levando a críticas do BE e da IL.
Chegou a vez de Francisco Paupério, que defende o reforço dos fundos europeus para a política de imigração. O candidato do Livre defende “fronteiras abertas”, mas com “segurança”.
Paupério lembra que seis milhões de refugiados ucranianos foram colocados em dois meses “por toda a Europa”. Em Portugal, “não ouvimos a extrema-direita” a criticar a regularização de ucranianos.
O candidato espera que o Governo trate do problema “de forma célere e rápida”. Lembra que, quando a legalidade se torna difícil, é a ilegalidade que ganha força.
Questionado sobre a proposta de baixar o salário previsto no cartão azul da UE de 3 mil euros mensais para 1700 euros brutos mensais, Sebastião Bugalho explicou que só não quer que o "bluecard" seja o único mecanismo de imigração legal que garante que há proteção dos imigrantes dentro do pacto.
"Dentro deste pacto, o único mecanismo que reforça a imigração legal é o bluecard e achamos que 3 mil euros é um salário demasiado elevado para permitir que imigrantes legais possam entrar na Europa. O que queremos é que imigrantes legais possam entrar em Portugal ganhando maisd de 3 mil euros. No fundo queremos democratizar a imigração legal", justificou.
O candidato já elogiou o regresso do Eurodac (sistema europeu de comparações digitais dos requerentes de asilo). É, por isso, questionado: “Como pode um liberal elogiar um pequeno big brother imigrantes?” Cotrim responde que “com muita dificuldade”, mas defende a posição do seu partido.
Tânger Correia foi a Vila Nova de Milfontes e viu pessoas que “têm medo”, que “vivem aterradas” e com pessoas que “têm de sair de Milfontes e de outras zonas do Alentejo porque não tem condições de vida”. O candidato do Chega garante que “uma pessoa lhe disse que nem conseguia dormir” e rejeita que “os portugueses sofram com a imigração”.
O candidato fala em “ameaças”, mas admite que “não as viu”. Tânger Correia diz que há 400 mil pessoas à espera de contrato de trabalho em Portugal e reforça a rejeição pela imigração que “prejudica os portugueses”.
Sebastião Bugalho confessa que ainda não conhece o plano do Governo que será apresentado esta tarde, mas diz que acabar com a política da manifestação de interesse e introduzir a necessidade do contrato de trabalho "poderá ser uma solução útil para acabar com a imigração ilegal".
"A manifestação de interesse garante entrada no país sem contrato de trabalho mas não dá acesso ao espaço Schengen. Estamos a lidar com uma situação de alta vulnerabilidade nas fronteiras, onde há cerca de seis mil vítimas de tráfico humano", apontou.
Marta Temido é questionada pelas palavras do eurodeputado socialista Carlos Zorrinho defendeu “boas políticas de imigração, mas com controlo de fronteiras”. A candidata responde com o Pacto de Migrações e Asilo, lembrando que "há quem diga que é preciso mudar o plano". E pergunta: "Modificar o quê?", como a "construção de muros".
O moderador insiste nas palavras de Carlos Zorrinho, com Marta Temido a defender uma "visão humanista" para o controlo de fronteiras, com uma "preocupação para o acompanhamento". Na opinião de Marta Temido, a visão de Zorrinho "mostra uma visão equilibrada".
Francisco Paupério, do Livre, defende que Portugal está a ir "na direção oposta a que a UE quer ir".
"Fechar fronteiras não leva a uma menor imigração, mas sim a uma maior imigração ilegal. Para o Livre é muito preocupante que a direita democrática adote um discurso perigoso que associa até insegurança a este tipo de imigração", afirmou.
Em simultâneo na TSF, Renascença, Antena 1 e Rádio Observador, com os partidos com representação parlamentar, o debate decisivo acontece esta segunda-feira, às 9h30, em direto na Rádio, no online e em vídeo.
O debate vai decorrer nas instalações da RTP em Lisboa entre as 9h30 e as 11h30. Será moderado por Ricardo Alexandre (TSF), Natália Carvalho (Antena 1), Susana Madureira Martins (RR) e Rui Pedro Antunes (Observador).
Já Catarina Martins sublinha que “é inaceitável” o que o país está a fazer aos imigrantes, “tratando mal” pessoas que estão a contribuir para a segurança social. A candidata do Bloco de Esquerda entende que o Governo deve anunciar uma “estrutura de missão”.
Tânger Corrêa, do Chega, defende que "é urgente" legalizar os "400 mil que esperam por isso em condições sub-humanas" e, por isso, "não deve entrar mais ninguém antes de regularizar e dar destino aos que já cá estão".
O candidato do PAN, Fidalgo Marques, nota que “a Europa não tem as portas escancaradas” e lamenta “o discurso do medo”, desde logo, do Chega. Lembra que há várias instituições que falam num aumento de pendências para a legalização de imigrantes.
O representante da Iniciativa Liberal prefere aguardar para conhecer as medidas do Governo, mas alerta que "era bom que as regras existentes fossem aplicadas de facto" antes de se estabelecerem "novas regras".
"Nem a prova de meios de subsistência nem o pré-agendamento estão a ser verificadas. Estar a pôr novas regras parece-me aquela coisa típica de estar a legislar sem saber as regras anteriores", afirmou.
Pelo PCP, João Oliveira, defende que “o apertar de regras” acaba por dificultar a legalização dos imigrantes. “Regras mais apertadas”, diz o candidato, “não significam menos imigração”. O comunista pede “um fechar de portas” às redes de imigração ilegais.
Começa Marta, questionada sobre as políticas de imigração. O pacto da União Europeia foi aprovado, em Bruxelas, pelas famílias políticas da AD e do PS. Hoje o Governo vai apresentar um pacote de medidas para a imigração. A socialista antevê “um apertar de regras”.
Marta Temido avisa que há dependência de mão de obra em vários setores no país, o que pode ficar “desguarnecido”. A socialista lembra que “há várias possibilidades” para o contrato de trabalho.
