"Experiência" e "renovação" nos 230 candidatos do PS: "Quem esperava uma rutura, enganou-se"
Metade dos cabeças de lista nunca liderou um círculo eleitoral e a outra metade é pela defesa do legado de António Costa.
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Pedro Nuno Santos admite que existiram “dificuldades” para chegar à lista final de candidatos a deputados pelo PS, mas nota que conseguiu conjugar experiência com renovação. Dos cabeças de lista, seis são ministros e há ainda três secretários de Estado do atual Governo de António Costa. Contas feitas, só não entram os ministros João Costa, João Gomes Cravinho, Duarte Cordeiro e Maria do Céu Antunes.
Metade dos cabeças de lista nunca liderou um círculo eleitoral e a outra metade é pela defesa do legado de António Costa. “Renovação” e “experiência” são as palavras de Pedro Nuno Santos para descrever a escolha dos candidatos.
“Quem esperava uma rutura com o passado, enganou-se. Todos os nove líderes do PS assumem a sua história e sempre conseguimos conciliar a pluralidade que existe dentro do partido”, respondeu, no final da Comissão Política Nacional, que aprovou as listas do partido com 84% dos votos.
Ao contrário do que se previa, não há qualquer independente a liderar os 22 círculos eleitorais (posição que António Costa sempre tentou defender), mas Pedro Nuno Santos desvaloriza e deixa um recado à Aliança Democrática.
“Nós não inventamos falsos independentes. Quanto temos independentes e trabalham connosco, acabam por aderir ao PS”, atira. Salta à vista, desde logo, o nome da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que em 2022 concorreu por Castelo Branco e este ano lidera a lista em Coimbra.
E o objetivo para 10 de março está traçado: “São listas para vencer as eleições”. Pedro Nuno Santos, em nova achega à direita, lembra que os candidatos do partido “sabem o que é governar, têm experiência e são qualificados”.
Carneiro lidera Braga, Adrião preterido por Pedro Nuno
Ora, Pedro Nuno Santos é o número um por Aveiro e escolheu Mariana Vieira da Silva para liderar a lista por Lisboa. Francisco Assis é o número um pelo Porto e o antigo candidato José Luís Carneiro volta a ser o cabeça de lista em Braga, depois de uma longa negociação com Pedro Nuno Santos.
Quanto ao terceiro candidato nas diretas do PS, Daniel Adrião, foi indicado como quinto da lista por Coimbra, mas foi preterido nos últimos instantes. Numa nota enviada à TSF, o socialista explica que aceitou o convite “como posição limite, de boa fé e por espírito de compromisso, em nome da unidade do partido”.
“Sou surpreendentemente confrontado à hora da reunião da Comissão Política Nacional com a decisão de que o secretário-geral decidira colocar outra pessoa nesse lugar”, escreve. E conclui: “Os factos falam por si”.