"Falar do chumbo do OE é irresponsabilidade política atroz." Hugo Soares insiste que AD não fará acordo com Chega
No Fórum TSF, o secretário-geral do PSD apela ao "respeito democrático e estabilidade política”.
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O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, reiterou esta quarta-feira o “não é não” de Luís Montenegro ao Chega, lembrando que governar com maioria relativa não é uma novidade em Portugal.
“É evidente que tem que existir um diálogo com todas as forças políticas, mas estarmos hoje a falar do chumbo de um orçamento que ninguém conhece? Acho de uma irresponsabilidade política atroz”, disse Hugo Soares, em declarações no Fórum TSF.
O social-democrata recuperou os tempos de governação de António Guterres como primeiro-ministro e sublinhou que, nessa altura, o PSD viabilizou “sempre” os orçamentos do PS “por uma razão de respeito democrático e pela estabilidade política”.
“Na democracia há o partido de poder e o maior de oposição, mas isso não quer dizer que não possam existir acordos e que a oposição tenha de ser destrutiva”, atirou.
Ainda que a Iniciativa Liberal seja “um parceiro colegiado”, Hugo Soares destacou “a responsabilidade, importância e grandeza” do PS, considerando-o “um partido fundamental para que o país possa evoluir nos próximos anos e para que possa existir estabilidade política”.
A Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).
A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.
Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.
