"Falta muito investimento ao SNS, estamos longe de atingir patamares desejáveis"
Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, garante que falta investimento mas que não pode ser feito tudo ao mesmo tempo.
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Na véspera do início de uma greve dos médicos de três dias, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, reconhece as razões das queixas dos profissionais de saúde, mas também que o governo não tem condições para assegurar todos os pedidos.
"Nós não cederemos perante a tentativa de dizer que os profissionais não têm razão. Eles têm razão na maior parte das coisas que pedem, nós não temos é condição de satisfazer imediatamente esse conjunto de pedidos", explicou o governante.
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Na mesma senda, e reiterando que "os médicos têm toda a legitimidade para reivindicar", o ministro salvaguardou que já se avançou "em diferentes áreas", porém tem havido "dificuldade em conseguir estabelecer acordo em duas das áreas que estão em cima da mesa, que são a redução das listas de utentes para médicos de família e do número de horas do serviço de urgência".
No que toca às acusações de não investimento na Saúde, Campos Fernandes assegurou que "é injusto, para não dizer que não é verdadeiro, falar sem contrapor os factos, em desinvestimento". "Falta muito investimento ainda ao SNS, estamos muito longe de atingir os patamares desejáveis. Eu insisto: não podemos liquidar no curto prazo, aquilo que importa que é salvaguardar o médio e longo prazo", referiu o membro do Executivo.
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Sobre a falta de condições para avançar com algumas medidas, Campos Fernandes ressalvou ainda que "os portugueses percebem bem que aquilo que se ganha pode tornar-se efémero se formos imprudentes e precipitados".
Marcelo Rebelo de Sousa também falou sobre a greve dos médicos, frisando que se trata de um "direito legítimo". "Já houve greve noutros setores de profissionais da saúde, faz parte da lógica da vida democrática e isso acontece de forma ainda mais intensa quando há um debate pré-orçamental como o que está em curso", acrescentou.
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