"Faltou competência." Líder do PS diz que Governo teve "20 dias para negociar" com técnicos do INEM
Pedro Nuno Santos defende que "a desculpa dos problemas estruturais herdados do passado não pode justificar a negligência e a irresponsabilidade do Governo"
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O secretário-geral do PS reiterou este sábado que o Governo "foi devidamente informado sobre a greve" dos técnicos de emergência hospitalar e teve "vinte dias para negociar com o sindicato", dizendo que faltou "competência e responsabilidade" ao Executivo.
"Este mesmo facto foi confirmado pela secretária de Estado da tutela, contrariando a primeira versão apresentada pela ministra da Saúde", afirma Pedro Nuno Santos, numa publicação na rede social X, referindo-se a declarações de sexta-feira da secretária de Estado da Gestão da Saúde.
Cristina Vaz Tomé substituiu a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em visitas a dois hospitais de Coimbra e afirmou que o Governo teve conhecimento do pré-aviso de greve e admitiu que "não estava à espera do impacto" desta paralisação, que coincidiu com uma outra da administração pública.
Para o secretário-geral, "desde o pré-aviso até aos alertas enviados à ministra e ao gabinete do primeiro-ministro, não faltaram ao governo oportunidades para evitar a greve ou, pelo menos, para minorar o seu impacto, nomeadamente, garantindo a existência de serviços mínimos".
"O que faltou foi competência e responsabilidade. Ao dia de hoje, são 10 as mortes que estão a ser investigadas", lamentou, considerando que "a desculpa dos problemas estruturais herdados do passado não pode justificar a negligência e a irresponsabilidade do Governo".
"Se o Governo entende que o INEM tem fragilidades na sua resposta, esta avaliação impunha que o Governo fosse ainda mais prudente e exigente na antecipação dos impactos da greve", acrescenta.
A publicação de Pedro Nuno Santos é acompanhada da partilha de uma notícia deste sábado do jornal Público, segundo o qual o Instituto Nacional de Emergência Médica "não definiu serviços mínimos no dia em que greves causaram caos no socorro".
De acordo com o jornal, o INEM não designou os trabalhadores que deveriam estar a cumprir os serviços mínimos na greve de segunda-feira decretada pela Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública, nem contestou a indicação genérica de serviços mínimos que esta entidade fez para todo o setor público.
O INEM não definiu serviços mínimos no dia em que greves causaram caos no socorro.
Esta paralisação ocorreu em simultâneo com uma outra convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que afectava apenas as horas extraordinárias e para a qual não foram indicados serviços mínimos, uma opção dos representantes dos trabalhadores que o INEM também não contestou, de acordo com o Público.
