Família está a ser "sacrificada" e os alertas deram um livro. Passos Coelho apresenta obra
A obra que tem o antigo ministro Bagão Félix como um dos coordenadores, conta com apresentação de Pedro Passos Coelho.
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“Identidade e família” é o mais recente livro do Movimento Acção Ética, coordenado por António Bagão Félix, Victor Gil, Pedro Afonso e Paulo Otero. Fala da família como “natural, universal e intemporal”, valores que não se alteram, “apesar da mudança constante da sociedade”. A apresentação da obra, ao final da tarde desta segunda-feira, está a cargo do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
O antigo ministro António Bagão Félix, militante do CDS-PP, alerta em entrevista à TSF para o “individualismo excessivo” que está a afetar a coesão das famílias. Também o Estado tem responsabilidades.
“A família é um bem público. A família, na hipertrofia em que vivemos, é quase sempre sacrificada. No Estado, a família é vista como um sujeito pagador de impostos. No marketing, é vista como uma entidade de consumo. No espetáculo mediático, o que é notícia não é o sucesso da família, mas o seu fracasso”, lamenta.
A família “tende a fragmentar-se” também porque “deixou de ter referências estabilizadoras”. Bagão Félix vai mais longe e lamenta que, “numa sociedade hedonista, a família seja vista como um obstáculo”.
“A família está entre três polos: o individualismo excessivo, o Estado e o mercado”, acrescenta.
Bagão Félix rejeita, no entanto, que se esteja a fazer uma crítica com base na “família tradicional”, mas “gosta da consistência da tradição em alguns aspetos”. Admite, no entanto, que “há um arejamento e novas formas de unir as pessoas”.
A obra conta com textos de 22 autores, como Manuel Monteiro, Manuela Ramalho Eanes ou Paulo Otero. António Bagão Félix garante que o lançamento da obra nada tem que ver com o novo ciclo político, mas garante que há pontos de contacto com o Governo de direita.
“Há propostas que estão no ideário do novo Governo, como a política fiscal. Considerando uma maior salvaguarda das famílias mais numerosas ou da consignação dos filhos ao nível da tributação”, ilustra.
A apresentação da obra está a cargo do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, mas Bagão Félix afasta leituras políticas, uma semana depois da posse do novo Governo liderado por Luís Montenegro.
“A análise que se quer fazer do livro não é uma análise do momento político, nem de uma perspetiva política, mas sim de uma perspetiva alargada e abrangente”, explica.
A obra tem apresentação marcada para as 18h30 desta segunda-feira, na Livraria Buchholz.