O vice-presidente do CDS-PP e o vice-líder da bancada parlamentar centrista defenderam hoje um "Partido de Propostas", mais "pragmático", "autêntico e verdadeiro", com políticas "da base para o topo".
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Defendendo a moção "Uma esperança para um novo ciclo", Diogo Feio, vice-presidente do CDS-PP, declarou que a sigla 'PP' (Partido Popular) deve passar a significar "Partido das Propostas, propostas de reforma", nomeadamente nas áreas da Educação e da Economia e não limitou o sonho: "Portugal nunca teve, na sequência de eleições uma primeira-ministra, quem sabe se essa primeira será do CDS?", perguntou, referindo-se à candidata à sucessão de Paulo Portas na presidência, Assunção Cristas.
"Devemos aprender com o que aconteceu em Portugal, Irlanda, Espanha, onde quem ganhou não conseguiu formar uma maioria, para formar uma maioria europeísta, moderada e reformista. Temos de aprender essa lição e mudar a postura numa vida política cada vez mais de geometria variável", afirmou.
O antigo líder parlamentar do CDS-PP e eurodeputado argumentou que as recentes eleições para Presidente da República "demonstram, pela terceira vez consecutiva, que o centro-direita pode ter mais de 50% dos votos, com um discurso simples, que deu esperança aos portugueses" e há que "transpor, no plano partidário, essa esperança para o CDS".
O vice-líder da bancada parlamentar, João Almeida, afirmou, por seu lado, que "não é a esquerda que define os temas de que o CDS pode falar", como a precariedade laboral, cultura ou o ambiente.
"Precisamos de ser pragmáticos. Podemos manter a nossa matriz democrata-cristã, conservadora, liberal, mas ser, acima de tudo, pragmáticos. As pessoas não votam naqueles que dizem o mesmo que outros, no passado, disseram sobre as mesmas coisas", defendeu o deputado centrista e ex-secretário de Estado da Administração Interna, um partido "mais autêntico, mais verdadeiro".
Nunca rejeitando e, pelo contrário, reafirmando "tudo o que é património do CDS, em termos ideológicos, de tradição de "serviço público" e "capital humano", o partido, segundo João Almeida, "partindo de património tão grande, tem de saber investir e rentabilizar".
"Construir opções e políticas da base para o topo e não servir de mera correia de transmissão do topo para a base. O passar palavra é essencial", insistiu, promovendo a ideia de "referendos internos, consultas 'on-line', envolvendo os militantes nas decisões sobre candidatos", pois "as pessoas não estão contra a política, estão abertas, mas não gostam ou é-lhes insuficiente a forma como se faz política. O problema está nos políticos e temos obrigação de melhorar", frisou.