Depois de ter dito que só se demitiria em caso de rebelião interna, Fernando Negrão afirma não ver sinais de uma revolta na bancada parlamentar do PSD
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Fernando Negrão, o novo líder parlamentar do PSD, eleito com o pior resultado dos últimos anos, não está "à espera de uma rebelião" na bancada e qualifica de "ridículas e infantis" as críticas de alguns deputados.
Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, o novo líder parlamentar social-democrata também questionou a coragem dos críticos que votaram em branco ou nulo (53 deputados), mas que não apresentaram uma candidatura.
"Onde está a coragem e o sentido de responsabilidade dos que votaram em branco ou nulo que não apresentaram candidato?", interrogou-se.
Horas depois de ter dito que só se demitiria em caso de rebelião interna, Fernando Negrão disse não ver sinais iminentes dessa revolta, tentando relativizar o ambiente crispado dentro do grupo parlamentar.
"Não estou à espera de uma rebelião", afirmou, antes de tomar o seu lugar na primeira fila da bancada do PSD.
Fernando Negrão sublinhou ainda que nunca um grupo parlamentar "tem o apoio de todos os deputados", que "os desígnios da política são, muitas vezes, obscuros" e que conta "com o maior número possível de deputados" do seu partido.
O novo líder parlamentar reiterou também que os votos brancos representam um "benefício de dúvida" e disse acreditar que tem muitos deputados consigo. "Um terço está comigo, outro terço duvida, mas tenho a certeza que têm sentido de responsabilidade para trabalhar", sintetizou.
Fernando Negrão recusou que, alguma vez, tenha pensado demitir-se depois de ver, na quinta-feira, que 61% não votaram em si, porque "sentiria vergonha". O novo líder da bancada só colocaria a hipótese de demissão se o presidente do partido tivesse dito que não contava consigo.
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Na eleição realizada na quinta-feira, na Assembleia da República, Fernando Negrão conseguiu 35 votos favoráveis, 32 brancos e 21 nulos, tendo votado 88 dos 89 parlamentares sociais-democratas.
Apenas o deputado Pedro Pinto não votou, tal como já tinha admitido na reunião do grupo parlamentar em que foram anunciadas eleições antecipadas.
Fernando Negrão foi o único candidato à sucessão de Hugo Soares, que convocou eleições antecipadas para a liderança parlamentar depois de o novo presidente do PSD, Rui Rio, lhe ter transmitido a vontade de trabalhar com outra direção de bancada.