Falsas presenças e excesso de debates. O pior do ano para o líder parlamentar do PSD
Um ano depois de ser eleito líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão admite que o caso das falsas presenças de deputados do seu partido foi um dos momentos mais difíceis com que teve que lidar. Não se arrepende da frase dirigida ao primeiro-ministro sobre ter "pelos no coração", mas admite que foi dita no calor da refrega.
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Fernando Negrão foi eleito líder parlamentar do PSD há precisamente um ano. 365 dias depois, o social-democrata defendeu na manhã TSF que deve existir "menos debate em plenário", um espaço que deve servir apenas para discutir "as verdadeiras questões nacionais".
O líder parlamentar sublinhou que o caso das falsas presenças de deputados do seu partido (entre eles, o secretário geral José Silvano) foi um dos momentos mais difíceis com que teve de lidar neste ano de liderança da bancada, "até do ponto de vista pessoal", e lembrou que "a atividade dos deputados não se resume em estar no plenário e nas comissões".
Por esse motivo, Fernando Negrão propõe uma "revisão regimental", acreditando que "o número de plenários existentes é excessivo".
Fernando Negrão nega ainda a existência de bolsas de resistência à sua figura dentro da banca parlamentar do PSD.
"Não há bolsas de resistência. Foi um percurso que não foi fácil para ninguém. Houve uma espécie de disrupção no que diz respeito ao trabalho e à liderança do grupo parlamentar, mas as coisas, com o tempo, foram-se compondo, os deputados cumpriram sempre aquilo que tinham para cumprir. Nunca houve uma falha. Aproveito até para agradecer essa vontade de trabalhar e de cumprir o mandato para o qual foram eleitos. Portanto, o grupo parlamentar está a funcionar e está a funcionar bem."
Quanto à proposta do CDS de antecipar as eleições legislativas, Fernando Negrão defende que essa alteração no calendário eleitoral não traz "nenhuma vantagem" e sublinha que o PSD " sempre foi um defensor da estabilidade governativa, ou seja, de cumprir até os mandatos até ao fim, tal qual como os eleitores quando votaram estavam à espera". O líder da bancada parlamentar do PSD lembra que "o PSD é o partido que menos moções de censura apresentou no Parlamento".
O primeiro ano de Fernando Negrão à frente da bancada parlamentar do PSD ficou marcada por uma frase dirigida a António Costa, na qual o social-democrata acusava o primeiro-ministro de ter "pelos no coração".
Agora, Fernando Negrão admite que essa foi uma frase "dita no calor da refrega", mas frisa que continua a acreditar que "falta sensibilidade e emoção a António Costa".