Rui Rio considerou que a pressão da PGR é "inaceitável".
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O presidente da Assembleia da República recusou esta terça-feira que o parlamento esteja a ser alvo de pressões para impedir alterações na composição do Conselho Superior do Ministério Público, frisando que este órgão de soberania "não é condicionável".
"O parlamento não é condicionável por entrevistas ou declarações de quem quer que seja, nem na enunciação de projetos, nem no seu agendamento, nem nas respetivas votações", declarou Ferro Rodrigues à agência Lusa, depois de questionado sobre eventuais pressões exercidas pela procuradora-geral da República, Lucília Gago, no sentido de impedir a aprovação de alterações à composição do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP).
Hoje, o presidente do PSD, Rui Rio, considerou que "a pressão da senhora procuradora-geral da República para tentar condicionar um parlamento livre e democraticamente eleito é inaceitável".
"O que, por aí, não se diria se fosse ao contrário: por exemplo, o presidente da Assembleia da República a pressionar a PGR para arquivar um dado processo", escreveu Rui Rio numa publicação na sua conta da rede social Twitter.
A pressão da Senhora Procuradora Geral da República para tentar condicionar um Parlamento livre e democraticamente eleito é inaceitável. O que, por aí, não se diria se fosse ao contrário: p.ex. O Presidente da AR a pressionar a PGR para arquivar um dado processo. pic.twitter.com/6EpOlfbLnI
- Rui Rio (Oficial) (@RuiRioPSD) 18 de dezembro de 2018
Uma posição de Riu Rio na sequência de declarações proferidas na segunda-feira, em Coimbra, por Lucília Gago, em que defendeu que qualquer alteração à composição do Conselho Superior do Ministério Público seria uma "grave violação do princípio da autonomia".
A procuradora-geral da República salientou também que a sua permanência no cargo poderia ficar em causa, se avançassem as alterações.
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