Ferro sublinha "gravidade" do caso de Tancos no arranque da Comissão de Inquérito

"Perante a gravidade e a dimensão do sucedido é natural e salutar que a Assembleia da República, no seu papel de Órgão Fiscalizador, procure apurar responsabilidades, bem como retirar conclusões e consequências", disse o presidente da Assembleia da República, esta quarta-feira, no parlamento, durante a tomada de posse da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as consequências e responsabilidades políticas do furto do material militar ocorrido em Tancos.

Segundo o Eduardo Ferro Rodrigues, as Forças Armadas "estão entre as instituições em que os portugueses mais confiam", sublinhando o presidente da Assembleia da República que "estiveram na origem do atual regime democrático e são um pilar histórico da identidade nacional".

"Neste sentido, só têm a ganhar com o apuramento da verdade. Esse apuramento far-se-á em sede própria e no tempo próprio da Justiça. A esta Comissão de Inquérito que hoje toma posse cabe naturalmente escrutinar a atuação da administração pública e do Governo neste contexto", acrescentou.

Perante os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito, o presidente da Assembleia da República desejou ainda "o maior sucesso", adiantando ter a "certeza de que os deputados que a compõem só têm como propósito a busca da verdade".

"Só os inimigos da liberdade e da democracia têm algo a ganhar com a degradação do espaço público e da imagem das instituições. Quero pois desejar a todos os membros desta comissão e ao seu presidente, o deputado Filipe Neto Brandão, um excelente trabalho", concluiu.

Depois de ter tomado posse, Filipe Neto Brandão, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito e deputado do PS, afirmou que "independentemente das divergências político-partidárias" espera os trabalhos decorram "com a maior elevação e urbanidade".