Chumbo do PS ao nome de Teresa Morais para o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa "abre ferida profunda" no relacionamento entre os dois partidos.
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O PSD acusou esta quinta-feira o PS de ter aberto "uma ferida profunda" no relacionamento interpartidário com a recusa do nome de Teresa Morais para presidir ao Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (CFSIRP).
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Depois de ter sido informado por Carlos César da decisão do grupo parlamentar do PS, Luís Montenegro, líder da bancada social-democrata, disse estar "chocado" com o que apelidou de "vergonha para a democracia" e desafiou o secretário-geral do PS a intervir no caso.
"Esta situação abre uma ferida muito delicada e profunda no relacionamento entre partidos políticos e no relacionamento institucional que gravita à volta da representação política neste parlamento", asseverou Montenegro, que insta "de forma muito séria e solene o secretário-geral do PS e primeiro-ministro a ponderar bem a gravidade desta situação" e a poder contribuir para "uma saída para esta ferida que agora é aberta".
Em conferência de imprensa, depois de ser conhecida a decisão do PS de 'chumbar' a candidatura da vice-presidente do PSD para substituir o antigo dirigente social-democrata Paulo Mota Pinto na presidência do Conselho de Fiscalização, Luís Montenegro defendeu que os socialistas possuem "uma visão sectária e totalitária" do regime democrático e garantiu que esta decisão nada tem a ver com a escolha dos nomes para a Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
Questionado sobre o que pretende fazer o PSD, numa altura em que não há entendimento para a escolha de um nome para presidir o Conselho de Fiscalização das secretas, cujos membros têm de ser eleitos por dois terços dos deputados, Luís Montenegro afirmou que "cada um terá de fazer a sua reflexão".
"Nós faremos a nossa [reflexão] e oportunamente diremos aquilo que se impõe relativamente a processos eleitorais futuros, mas neste momento quem tem de fazer uma reflexão bem mais profunda é o PS e creio que não pode deixar de ser o secretário-geral do PS a fazer essa reflexão", acrescentou, sem adiantar se o PSD vai apresentar uma nova proposta para o cargo.