Folga orçamental "não é aceitável", diz Mariana Mortágua. PS quer continuar caminho

António Contrim/Lusa
Mariana Mortágua (BE) e João Paulo Correira (PS) comentaram a entrevista de Mário Centeno à TSF.
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A entrevista de Mário Centeno à TSF esteve esta manhã em debate no Fórum TSF, com Manuel Acácio. Mariana Mortágua (BE) considera que "não é aceitável" a perspetiva de folgas e o esquecimento no que toca ao investimento público. Já João Paulo Correia (PS) enaltece que o caminho caminhado é para continuar.
"Quando diferentes partidos políticos, principalmente no contexto em que um governo não tem maioria absoluta, aprovam e negoceiam um orçamento fazem-no com base nos limites, num enquadramento dentro do que é possível negociar", começa por dizer à TSF Mariana Mortágua. "E esses limites são os défices acordados com Bruxelas. É com base nessas metas que decidimos até onde é possível ir na diminuição da carga fiscal, IRS, investimento em serviços públicos e aumento de apoios sociais. (...) Não faz sentido que o Governo altere a meta do défice que foi acordada e votada em dezembro."
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As regras com Bruxelas são para cumprir, diz Mortágua, que defende que toda a folga resultante "é para investir na economia e nos serviços públicos". A deputada do Bloco de Esquerda considera que é inaceitável um Governo trabalhar para obter uma folga orçamental. "Sempre que o défice fica tão abaixo do que foi acordado com Bruxelas quer dizer que há despesas de investimentos que deveriam ter sido feitos e não foram. Não foram apenas porque não houve vontade do Governo. Ou seja, o Governo trabalhou para ter uma folga. Isto não é aceitável. O Bloco cumpre o limite que é negociado. Existindo folga, tem de ser investida na economia."
E remata: "A sociedade tem o direito de ver devolvido em forma de investimento público os resultados do crescimento económico. O que o Governo está a fazer é aproveitar o crescimento económico para acelerar a trajetória da redução do défice, muitíssimo, e para além do que tinha sido acordado com Bruxelas. Isto é uma opção política e tem de ser assumida".
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Quanto ao PS, pela voz de João Paulo Correia, o caminho está definido. "A entrevista do ministro das Finanças mostra que o caminho, que tem sido seguido nos últimos dois anos e meio, será seguramente para continuar, com mais emprego, menos desemprego, mais crescimento, que é isso que todos os portugueses pretendem para a nossa economia."