Foram dados "passos importantes" na COP16, apesar da falta de consenso na questão "principal"
Maria da Graça Carvalho destaca os avanços "nas áreas marinhas protegidas, no envolvimento das populações indígenas e a criação do próprio fundo"
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A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, faz um balanço positivo da conferência das Nações Unidas sobre biodiversidade (COP16), ressalvando que, apesar de não ter havido um acordo sobre a questão "principal, que é o valor do financiamento" do roteiro para deter a destruição da natureza até 2030, foram dados "passos importantes".
A COP16 terminou, em Cali, na Colômbia, no sábado, sem que houvesse acordo sobre o financiamento do plano para travar as alterações climáticas. Devido a esse desentendimento, a cimeira teve de ser interrompida e será retomada nos próximos meses.
À TSF, Maria da Graça Carvalho sublinha que há pontos positivos a assinalar, apesar de não terem chegado a um entendimento na questão "mais importante".
"Não saiu o acordo principal que é o valor do financiamento deste fundo, mas deram-se passos importantes nas áreas marinhas protegidas, no envolvimento das populações indígenas e a criação do próprio fundo", aponta.
A governante considera que estão "agora criadas as condições para que se avance" e confessa ter a esperança de que, no próximo encontro, se consiga "avançar" nos mecanismos que permitem "alimentar o fundo", mas também de "aceder" ao mesmo.
"Essa seria a conclusão e, concordo, a mais importante, mas fez-se o trabalho, avançou-se e iremos ter conclusões em relação a esse ponto", insiste.
As negociações foram suspensas na manhã de sábado pela presidente colombiana da cimeira das Nações Unidas sobre biodiversidade, Susana Muhamad, após mais uma noite de discussões, que resultou na perda do quórum de participantes.
Esta suspensão interrompeu os debates entre o Brasil, que apoiava a proposta colombiana de criação de um novo fundo para a natureza, e a União Europeia, o Japão e o Canadá, que se opunham firmemente.
A conferência sobre biodiversidade COP15, realizada em 2022, acordou a criação de um fundo, mas o funcionamento ainda não está definido.
