O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas apontou como um dos aspetos mais relevantes do mandato do chefe de Estado em relação às Forças Armadas a "permanente preocupação com as condições para o exercício do comando pelos chefes militares".
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As Forças Armadas despediram-se esta quarta-feira do "antigo alferes" Aníbal Cavaco Silva, numa cerimónia onde foi lembrada a sua permanente preocupação com as condições do exercício do comando dos chefes militares.
"Como é apanágio da nossa tradição, os comandantes não se despedem, simplesmente terminam o exercício do seu cargo, mantendo-se na memória individual e coletiva dos seus subordinados", disse o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), Pina Monteiro, numa cerimónia no Instituto Universitário Militar de despedida das Forças Armadas ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que termina o mandato a 9 de março.
"É justo reconhecer publicamente nesta cerimónia que as Forças Armadas sempre contaram com a especial atenção do Comandante Supremo, em prol da preservação da estabilidade e prestígio de um pilar incontornável para a nossa afirmação soberana", disse Pina Monteiro, destacando ainda o "especial interesse e preocupação" de Cavaco Silva com a manutenção das condições indispensáveis ao exercício do comando por parte dos chefes militares e, consequentemente, de toda a cadeia de comando, valorizando a carreira militar e o respeito pela sua especificidade".
Na sua intervenção, o CEMGFA recordou ainda a carreira do "antigo alferes" Cavaco Silva, recuando até 05 de agosto de 1962, quando foi incorporado no exército português, para embarcar depois no ano seguinte para Lourenço Marques.
"Serviu, durante dois anos, no Conselho Administrativo e na Chefia do Serviço de Contabilidade e Administração (...), onde lhe foram reconhecidas, em público louvor, a sua capacidade de trabalho, correção, inteligência e dotes de caráter", lembrou.
Em 1965, acrescentou, passou à disponibilidade, depois de ter cumprido mais de três anos de serviço militar.
"Quarenta anos depois, mais concretamente em 09 de março de 2006, o antigo alferes, professor doutor Aníbal Cavaco Silva, toma posse como Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, ocupando, por inerência, o primeiro lugar na sua hierarquia", disse.
No final do discurso, onde também foi destacada a decisão de Cavaco Silva de associar as Forças Armadas às comemorações do Dia de Portugal, os chefes militares entregaram-lhe uma espada de cada um dos ramos.
"Será uma honra solicitar a vossa excelência que aceite o símbolo de comando, materializado por uma espada de cada um dos ramos, como reconhecimento e todo o apreço no momento de render da guarda do Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas", declarou Pina Monteiro.