Francisco Assis "gostaria" que Ferro Rodrigues e Santos Silva estivessem com a candidatura de Seguro a Belém
O eurodeputado e apoiante de António José Seguro considera que esta candidatura é "muito importante para o reequilíbrio político-institucional do país"
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O eurodeputado socialista Francisco Assis considera que seria positivo se Augusto Santos Silva e Eduardo Ferro Rodrigues estivessem ao lado de António José Seguro na candidatura presidencial do antigo secretário-geral do PS.
"Não se compreenderia se não houvesse um total empenhamento de todos os que se reconhecem neste espaço político. Isto, evidentemente, sem pôr em causa o direito de quem quer que seja, a ter as posições que muito bem entender. O PS é um partido de gente livre (...) Mas estou convencido que muitos daqueles que no passado tiveram algumas reservas em relação a esta candidatura, hoje estão comprometidos com ela", disse Francisco Assis à TSF.
Nesse sentido, quando questionado sobre se espera ver Eduardo Ferro Rodrigues e Augusto Santos Silva a apoiar António José Seguro, eles que já mostraram publicamente reservas no apoio à candidatura do antigo secretário-geral do PS, Francisco Assis reconhece que "gostaria que isso acontecesse, porque são duas personalidades marcantes da vida nacional e do espaço político" do PS, mas não sabe "se isso vai acontecer".
É já no próximo domingo que o secretário-geral do Partido Socialista e o presidente do partido vão propor à Comissão Nacional do PS o apoio à candidatura de António José Seguro à Presidência da República.
Desde que chegou à liderança dos socialistas, José Luís Carneiro sempre atirou para depois das eleições autárquicas uma decisão sobre as presidenciais. Agora, parecer ser o timing perfeito. O eurodeputado Francisco Assis, apoiante da candidatura de Seguro, afirma que "compreende perfeitamente o timing".
"Nós tivémos agora uma disputa eleitoral autárquica e era natural que as atenções se concentrassem mais nestas disputas (...) É natural que PS tenha tido este cuidado de aguardar por este momento. É um momento excelente para manifestar este apoio", acredita.
Na ala mais à esquerda do PS, muitos foram aguardando por outras candidaturas. Nomes como António Vitorino, Augusto Santos Silva e mesmo Sampaio da Nóvoa foram falados, mas acabaram por não se concretizar. No entanto, Francisco Assis não considera que esta decisão do PS seja uma decisão de recurso.
"Foram falados vários nomes de primeiríssimo plano. [António] Vitorino à cabeça. É uma personalidade que também tinha todas as condições para ser um excelente Presidente da República. As pessoas foram manifestando a sua disponibilidade ou indisponibilidade, e o PS também aguardou serenamente", sublinha o eurodeputado que, ainda assim "entende que [António José Seguro] é a personalidade política em melhores condições para representar este espaço nas eleições presidenciais".
E relaciona as presidenciais com as eleições do último domingo: "Apesar do bom resultado [nas autárquicas], parece muito importante para o reequilíbrio político-institucional de um país que alguém como o António José Seguro possa exercer as funções de Presidente da República. Eu estou convencido que a sua candidatura é hoje uma candidatura já muito forte, independentemente do apoio do Partido Socialista. É uma candidatura que vai muito além do campo do PS, quer à sua direita, quer à sua esquerda. E é [um apoio] muito importante para o Partido Socialista que, depois de muitos anos, vai voltar a ter alguém com quem se identifica."
