Frente a Rui Tavares, Pedro Nuno apontou ao voto útil no PS: "Risco de a AD ganhar é real"
Pedro Nuno Santos compromete-se com a reposição do tempo de serviço dos professores ao longo de quatro anos, até ao final da legislatura.
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Trataram-se por tu, mas Pedro Nuno Santos tentou esvaziar o Livre. Frente a Rui Tavares, o secretário-geral do PS apelou ao voto útil, alertando que o risco de a coligação Aliança Democrática vencer as eleições “é real”. O socialista admite que o Livre tem boas propostas, mas só serão implementadas se o PS ganhar a 10 de março.
Para Rui Tavares, “a única forma” de as ideias do Livre avançarem, tal como foi implementado o passe ferroviário nacional e o subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica, é com um reforço da votação no partido. Mas Pedro Nuno Santos levava a lição bem estudada.
“Nós não estamos em 2022 ou em 2015, quando se perspetiva uma maioria de esquerda. Neste momento, o risco de a direita ganhar e de a AD ganhar é real. Só há uma maneira de muitas das ideias do Livre serem implementadas: com uma vitória do PS”, atirou.
Rui Tavares defendeu-se, pedindo força ao partido que representa, para que exista “uma maioria à esquerda”: “Já ouvimos essa história e acabou como acabou”, disse, numa referência à maioria absoluta de António Costa.
Se existir uma maioria à direita, Pedro Nuno Santos sublinha que “o PS não existe para viabilizar governos do PSD”, descartando essa hipótese.
PS repõe tempo de serviços dos professores em quatro anos
Em cima da mesa, nos mais de 30 minutos de debate, esteve a educação, com Pedro Nuno Santos a comprometer-se com a reposição do tempo de serviço dos professores ao longo de quatro anos, até ao final da legislatura.
“A reposição do tempo integral de serviço é uma questão de justiça. Será reposta por nós, além de melhorarmos os primeiros escalões da carreira docente. A reposição será ao longo da legislatura, para fazermos justiça”, concluiu.
Já Rui Tavares lembrou que o Livre defende a reposição integral do tempo de serviço dos professores desde 2015, “porque é uma questão de respeito pela dignidade” da profissão.
O deputado único do Livre apontou ainda o dedo a Pedro Nuno Santos sobre a crise na habitação, que tutelou, defendendo que o Governo socialista acordou “tarde de mais” para o problema.
“O Governo do PS acordou para a crise quando ainda estava a falar do problema e agora fala da crise quando já temos uma emergência”, atirou.
Pedro Nuno Santos, por outro lado, defendeu o legado do Governo socialista, garantindo que o PS “não acordou agora”. Para o candidato a primeiro-ministro, “nenhum partido está a apresentar soluções para a crise na habitação” e “sistematicamente fazem de conta que nada se fez”.