No primeiro almoço nacional do Aliança, o líder do partido acusou o executivo PS de ser o "campeão das cortes" e de governar "com hipocrisia"
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Crescimento económico, combate à corrupção e alívio da carga fiscal, bandeiras do partido Aliança, hasteadas por Pedro Santana Lopes, para quem o Governo é a segunda versão da troika.
No primeiro almoço nacional do partido Aliança, com mais de 300 apoiantes, em Leiria, Santana Lopes acusou o que chama "frente de esquerda, constituída por socialistas, comunistas e extrema-esquerda" de governar "com hipocrisia política" e de que querer ser "uma troika dois, uma troika super, a cortar, a cortar e a cortar".
Prometendo falar verdade aos eleitores e garantindo que o Aliança nasceu para "fazer diferente", Pedro Santana Lopes identifica um desígnio para Portugal: crescer acima da média europeia. E acusa o executivo PS de não apostar no crescimento económico, ao mesmo tempo que corta em serviços essenciais para a população.
"Esta sucessão de dirigentes dos vários partidos já existentes há muitos anos na sociedade portuguesa agora desembocou no campeão dos cortes, quem diria. No campeão das cativações. Como eu dizia anteontem, são os quatro "cês: é o cativa, corta, come e cala, que é a filosofia da frente de esquerda", apontou, perante os aplausos da plateia.
O que falta fazer no País também se deve ao deslumbramento dos políticos portugueses, que adoram ir ao beija-mão de quem manda na União Europeia - palavras de Pedro Santana Lopes, entre vários outros recados para António Costa: "O primeiro-ministro sorri, sorri, sorri. Seja o que for que aconteça no País, ele sorri. Mas ele devia ter cuidado com o sorriso, porque devia lembrar-se do que é o PS no Governo. Como acabou António Guterres, a anunciar que vinha aí o pântano. Como foi o fim da governação de José Sócrates, com a quase bancarrota e a entrada da troika. E, portanto, devia ter cautela".
Discurso sem referências ao PSD, com Santana Lopes a terminar emocionado, depois de voltar a desafiar os partidos do centro direita para uma coligação pós eleitoral. Já fora do palco, aos jornalistas, um comentário tímido à crise interna que opõe Rui Rio e Luís Montenegro: "Quem já anda há uns tempinhos na vida política não se pode surpreender nunca, independentemente do juízo que tenha, com esse tipo de situações".