Fundo da garrafa de gás: Governo compensa consumidores através de média nacional
A ideia não é para aplicar o plano inicial (pesagem individual), mas sim através da pesagem nos seis centros de enchimento existentes em Portugal e depois fazer a média nacional de desconto.
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O secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, anuncia em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios que até ao fim do ano entram em vigor as novas regras para compensar os consumidores pelo gás que fica no fundo das garrafas de gás.
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Jorge Seguro Sanches disse que a medida que chegou a estar prevista pelo anterior governo de Pedro Passos Coelho "não é exequível", por não ser possível ter um sistema de pesagem em cada posto, aferir de quem é a responsabilidade se o gás não é consumido até ao fim ou acautelar que não haja manipulação das garrafas.
Por isso, a medida que vai entrar em funcionamento não será concretizada de forma individual, mas de forma global, "através de uma média estabelecida a nível nacional e de forma a que haja uma recuperação do preço no próximo ciclo dos preços do gás de garrafa".
"Será feita de forma global, através de uma média que é estabelecida com aquilo que chega no fundo de garrafa. Nos centros de pesagem, fazem uma média e dizem o que chegou foi 'x por cento' e esses 'x por cento' devem ser abatidos ao preço que vai ser estabelecido neste próximo ciclo de enchimento de garrafas", especificou Jorge Seguro Sanches.
Segundo o governante, a medida avançará "seguramente este ano" e caberá à ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energético) fiscalizar a medida nos seis postos de enchimento de garrafas que existem em Portugal.
Durante a sua entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Jorge Seguro Sanches chamou ainda a atenção para as empresas comercializadoras de eletricidade, constatando que se conseguiu que o aumento do preço no mercado regulado para este ano fosse de 1,2%, ou seja, abaixo da inflação, mas sublinhando que "a maior parte dos portugueses não sentiu isso".
"O esforço que está a ser feito para que o mercado regulado tenha estes preços tem de ser acompanhado pelos comercializadores. Se o mercado não funcionar todas as possibilidades estão em aberto. Se não funcionar, é uma certeza a de que vamos atuar", disse Jorge Seguro Sanches, admitindo a possibilidade de regresso ao mercado regulado ou de permitir a quem está no liberalizado voltar ao regulado.