Gouveia e Melo diz que partidos terão de se entender após eleições: "80% da população vota ao centro"
Sobre a marca registada esta semana que poderia indiciar uma candidatura ao Palácio de Belém, Henrique Gouveia e Melo defende apenas que é uma forma de se proteger
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Henrique Gouveia e Melo, ex-chefe do Estado Maior da Armada e possível candidato à Presidência da República, previu esta quinta-feira que os dois maiores partidos do país vão ter de se entender depois do ato eleitoral que deverá ser marcado para maio.
"Não só há condições, como parece que vão ter que falar após o ato eleitoral, porque há uma observação relativamente simples, isto observando as eleições até agora: os extremos todos juntos não passam de 1%, portanto, 80% da população quer soluções ao centro. Essas soluções devem aparecer e devem ser os partidos que estão no centro que devem conseguir, em acordo entre eles, fazer que a população deseja. Senão, a população não votaria no centro. 80% da população está a votar ao centro. Isso tem significado, é um significado importante. Deve ser interpretado pelos partidos políticos", disse o almirante na reserva no Porto, onde participa numa conferência.
Sobre a marca registada esta semana que poderia indiciar uma candidatura ao Palácio de Belém, Henrique Gouveia e Melo defende apenas que é uma forma de se proteger.
"O registo de marca, como disse ontem [quarta-feira], é um registo que defende uma marca, que já no passado houve uma tentativa de usar uma marca sem autorização e, portanto, este registo tem dessa marca para o futuro. Não significa que esse recurso se vá materializar hoje, amanhã ou depois de amanhã", explica.
Relativamente à possível candidatura à Presidência da República, o ex-chefe do Estado Maior da Armada garante que não quer qualquer tipo de apoio partidário caso avance.
"Eu não preciso de apoios, nem desejo apoios, de nenhum partido, nem nenhuma área política. Eu apresento-me como cidadão. Neste momento, sou um cidadão que está intervir na vida pública, porque estive 45 anos limitado nessa intervenção. Isso não significa nada, a minha intervenção só significa que enquanto os portugueses me derem essa atenção e desejarem saber qual é a minha visão e o que é que eu penso sobre determinados assuntos, eu terei muito gosto em partilhar essa visão", disse o almirante na reserva.