Governo aprova moção de confiança: debate marcado para terça-feira, Montenegro quer eleições "num período curto"
No texto da moção, o Governo diz que "é hora de assumir responsabilidades" e deixa uma acusação dirigida ao PS. Em caso de eleições antecipadas, Luís Montenegro confirma que será de novo candidato a primeiro-ministro
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O Governo aprovou, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a moção de confiança que já tinha anunciada pelo primeiro-ministro, avançou o Expresso e confirmou a TSF. O debate e a votação do documento estão marcados para dia 11 de março, próxima terça-feira, apurou também a TSF e confirmou, entretanto, o ministro dos Assuntos Parlamentares.
O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira, 6 de março, por deliberação escrita e através da rede informática do Governo, uma moção de confiança a submeter à Assembleia da República, informa o comunicado do Conselho de Ministros.
A TSF sabe que a discussão política foi feita ainda quarta-feira à noite pelos ministros, de forma presencial, já depois da discussão da moção de censura apresentada pelo PCP.
No texto, submetido a voto eletrónico do Conselho de Ministros e a que a TSF teve acesso, o Executivo destaca "a verdadeira transformação positiva" que trouxe para o país e pede aos partidos políticos para que "assumam as suas responsabilidades". São ainda lançadas críticas ao Partido Socialista que, segundo o Governo, é o responsável por "aprofundar um clima artificial de desgaste e de suspeição ininterrupta sobre o Governo".
Esta manhã, em Bruxelas, o primeiro-ministro reconheceu que é sempre "desejável" que não exista nenhuma "perturbação política", mas "a democracia tem de funcionar" e, portanto, se a moção for chumbada, é melhor partir-se para eleições antecipadas "num período curto de tempo", evitando-se assim "um processo de degradação lento". Ainda assim, prefere "não antecipar esse momento", frisou.
Questionado sobre se será de novo candidato a primeiro-ministro, Montenegro disse que "a situação política é conhecida, a situação do Governo, do primeiro-ministro e do PSD também é conhecida, não vai sofrer alterações".
O debate da moção de confiança está marcado para a próxima terça-feira e a sua rejeição implica a demissão do Governo.
Tanto o PS como o Chega já anunciaram o voto contra o documento. Em caso de queda do Governo, o Presidente da República aponta eleições antecipadas para maio.
Notícia atualizada às 16h16