Governo “confia na PSP” e quer apostar em policiamento de proximidade. Direito à greve “é um ponto que estará em cima da mesa”
Margarida Blasco não rejeita o direito à greve para a PSP, mas são precisos “estudos”
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O primeiro congresso da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia decorre em clima tensão, com os tumultos na Grande Lisboa, depois da morte de Odair Muniz. A ministra Margarida Blasco marcou presença, não discursou, mas aos jornalistas deixou palavras de confiança. O direito à greve dos polícias foi um dos assuntos discutido entre portas, “nem sim, nem não”, responde a governante, mas admite colocar o assunto em cima da mesa.
A ministra da Administração Interna assistiu ao encerramento dos trabalhos na primeira fila, e não falou aos congressistas (ao contrário do Procurador-Geral da República). Falou apenas com os jornalistas, à saída, garantindo “confiança total na Polícia de Segurança Pública”.
“Tenho a certeza que a comunidade está com a sua polícia. Sabe que a defende quando a chama. O Governo confia na polícia, eu confio na polícia”, atirou.
E no congresso falou-se sobre o direito à greve para os polícias, defendido por vários sindicatos há vários anos. Para a ministra “é um ponto que estará com certeza em cima da mesa”, mas são precisos “estudos”. Por enquanto Margarida Blasco não diz “se sim ou se não”.
Quanto a dados concretos, o objetivo do Governo é apostar na polícia de proximidade, num modelo que privilegia a relação entre a população e as forças de segurança, “um programa de há muitos anos que tem de ser revisitado”.
Para que o programa avance são necessários “mais quadros formados”, mas também “um diálogo com as autarquias, com a Segurança Social e com as associações dos bairros”. De acordo com a ministra, há 500 futuros agentes nas escolas de formação, mas o Governo promete mais investimento, num diálogo “constante com os sindicatos”.
“Investimento” também para as bodycam e tasers. Margarida Blasco lembra que é preciso respeitar os concursos públicos, já depois de dois terem sido impugnados, “mas a intenção do Governo é fazer esse investimento”. Falta saber para quando.
“Há três ou quatro situações, nomeadamente, as bodycams, os tasers e as viaturas, que são sujeitos a concurso público. Estes concursos públicos são morosos e nós temos de cumprir a lei. Agora, que há a nossa intenção de fazer um investimento em bodycams, em tasers, e naquele material que é necessário para a atuação da polícia, isso é óbvio”, respondeu.