O jornal Público avança esta terça-feira que o executivo não gostou de ver publicados números sobre a emigração de portugueses para o exterior, dias antes das eleições e alegou uma quebra de confiança para cortar os apoios.
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Faltava uma semana para as eleições quando os investigadores do Observatório da Emigração difundiram os dados. Os cientistas tinham o relatório concluído desde julho, mas o governo, que encomenda esta análise, adiou a sua publicação para depois das Legislativas de outubro.
Os investigadores esperaram dois meses e acabaram por publicar os dados no site do Observatório no final de setembro. O relatório apontava para uma emigração em 2014 nos níveis elevados de 2013, o que contradizia o discurso do Governo e da Coligação Portugal à Frente.
Ora, uma semana depois da divulgação destes resultados relativos a 2014, a Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas enviou uma carta a denunciar um protocolo com sete anos com base numa quebra de confiança.
Este protocolo estabelecia atualmente uma compensação de 15 mil euros por ano para o Observatório em troca do tratamento estatístico da informação. Rui Pena Pires, o coordenador do Observatório da Emigração diz ao jornal Público que não tem dúvidas sobre as razões do fim deste protocolo: não é mais do que uma retaliação do Governo.
Mas para o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, a razão de fundo é não ficar confinado a apenas uma instituição no tratamento da informação estatística.
José Cesário diz que é preciso abrir a outras instituições de ensino superior que também possam concorrer.