Em declarações à TSF, o antigo governante social-democrata elogiou as escolhas de Luís Montenegro. Pelo contrário, a antiga ministra da Cultura Graça Fonseca considerou que "pode ser uma má notícia" para o executivo da AD.
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O antigo governante social-democrata Miguel Poiares Maduro considera que o novo governo “tem uma mistura interessante e inteligente”, mas alerta que, para conseguir durar, o executivo vai ter de “dar sinais imediatos” de que consegue resolver os problemas do país.
“São pessoas que vêm da sociedade civil, que são conhecidas pela sua competência técnica em certas áreas setoriais e que foram chamadas para formar Governo”, começou por destacar Miguel Poiares Maduro, esta sexta-feira, em declarações à TSF.
“Um Governo que me parece, por um lado, conjugar a capacidade de entrar imediatamente em velocidade cruzeiros (...) e, ao mesmo tempo, ter a capacidade política que vai ser fundamental no Governo pela fragmentação do Parlamento”, acrescentou, sublinhando que Luís Montenegro terá de “começar imediatamente a mostrar resultados”.
“O Governo tem um desafio de fundo: o país tem neste momento alguns problemas sérios ao nível da habitação, ao nível da saúde e ao nível da execução do PRR, por exemplo. O Governo terá de manifestar capacidade de agir e começar a resolver esses problemas, dar sinais de que os consegue resolver”, insistiu.
Se assim acontecer, eu penso que o Governo irá seguramente durar mais de dois anos, provavelmente até ao final da legislatura.
Questionado sobre a fusão da pasta da Ciência e Ensino Superior no Ministério da Educação, o antigo governante confessou que pode ser uma boa solução, apesar de “suscitar alguma preocupação”.
“Vai depender muito de quem for o secretário de Estado da Educação. Se for alguém com muito conhecimento na área e muito competente, como espero que seja, então faz sentido”, disse, atirando o nome de Alexandre Homem Cristo.
Também ouvida pela TSF, a antiga ministra da Cultura Graça Fonseca partilhou uma posição contrária, defendendo que a escolha de ministros feita “pode ser uma má notícia para o Governo da AD” .
“São pessoas com percursos académicos, políticos, de lideranças de organizações muito relevantes, mas isso não é sinónimo de experiência política e governativa", justificou.
O Presidente da República aceitou esta quinta-feira a lista de 17 ministros proposta pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, para o XXIV Governo Constitucional.
A posse dos ministros está prevista para terça-feira e a dos secretários de Estado para sexta-feira.