Entre os finais de 2015 e de 2018, foram criados mais de 300 mil empregos, a maioria, permanentes. Mas, entre os jovens, acontece precisamente o contrário.
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Continua a crescer a precariedade entre os mais jovens. Dados do Instituto Nacional de Estatística revelam um aumento global do número de postos de trabalho, desde que o governo PS, apoiado pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda, entrou em funções, nos últimos meses de 2015.
Até ao final do ano passado, foram criados mais de 300 mil empregos, sendo a maioria permanentes. Mas os números consultados pela TSF revelam que há cada vez mais jovens a trabalhar a prazo.
No final de 2018, havia mais 24 mil portugueses com menos de 34 anos a trabalhar a prazo do que em 2015. O crescimento foi maior entre os jovens com idades dos 15 aos 24 anos. A maioria tinha um contrato a termo, mas o número dos chamados recibos verdes também subiu.
Globalmente, os dados do Instituto Nacional de Estatística contam um aumento de quase 58 mil contratos a termo e quase 19 mil pessoas a trabalhar sem qualquer contrato, de forma sazonal ou não permanente. Em ambos os casos, a maior parte tinha idades inferiores a 34 anos.
Fazendo as contas, o trabalho a prazo representava, no final do ano passado, quase 22% de todo o trabalho por conta de outrem, exatamente a mesma percentagem registada quando o governo entrou em funções, em 2015. No que respeita estritamente ao trabalho a prazo, a percentagem entre os mais jovens cresceu cerca de 5% durante os anos do governo da esquerda.
E quanto ganham os mais novos? Os números do INE revelam que a maioria está entre os 600 e os 900 euros por mês. O cenário em 2015 era parecido, mas, nessa altura, até aos 24 anos, a maior parte dos que trabalhavam, andava entre os 300 e os 600. Até aos 34, já se ganhava um pouco melhor - mas menos de 900 euros.
Por setores, a estatística mostra um crescimento global dos contratos a prazo. E é no alojamento, na restauração e similares que esse aumento se nota mais: na comparação com o final de 2015, o ano passado terminou com quase mais 9 mil pessoas a trabalhar a termo, nestas atividades.
A "nova economia"
O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa defende que o aumento do número de contratos a prazo, é o resultado das mudanças na economia. Entrevistado pela TSF, António Saraiva considera que esta é uma forma de garantir trabalhadores suficientemente qualificados para as novas funções de que as empresas precisam.
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António Saraiva tem ainda uma outra explicação para o aumento da precariedade entre os trabalhadores mais jovens: são eles próprios que querem flexibilidade.