No Fórum da TSF, a vice-presidente do PSD falou em Mário Soares e em Jorge Sampaio para dizer que uma opção diferente de um governo da PàF seria uma solução "puramente artificial". E uma interpretação "à la carte" da Constituição.
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Teresa Leal Coelho entende que Pedro Passos Coelho deve "naturalmente" ser indigitado para formar governo, porque os resultados eleitorais são de "uma evidência muito clara: a coligação ganhou" as eleições de 4 de outubro.
Além disso, acentua a dirigente do PSD, há um "costume constitucional de nomeação do líder do partido mais votado". E Teresa Leal Coelho chama mesmo à conversa o nome de dois socialistas, antigos Presidentes da República, para fundamentar a convicção de que esse "costume constitucional está implementado na ordem jurídica portuguesa".
"Em 1987, quando o PS apresentou uma solução governativa de coligação pós-eleitoral com o PRD e apoio parlamentar do PCP, Mário Soares disse a Vítor Constâncio, de forma inequívoca, que era uma solução contranatura e puramente artificial, por entender que não cabia no quadro constitucional".
Teresa Leal Coelho um exemplo de uma atitude semelhante de Jorge Sampaio, em 1996: "também Jorge Sampaio, em 1996, quando Carlos César ganhou as eleições na Região Autónoma dos Açores, mas com maioria relativa, também Jorge Sampaio se recusou a uma qualquer alternativa ainda que PSD e CDS tivessem maioria absoluta na Assembleia Legislativa dos Açores."
Tendo em conta estes exemplos, a vice-presidente do PSD sublinha que tudo o que não tenha em conta essa "praxis constitucional", é uma "interpretação à la carte da Constituição (..) só porque o PS quer ser governo".
E Teresa Leal Coelho conclui: "para isso, o PS teria de ter ganho as eleições".