Luís Montenegro reconhece ter "muitas divergências" com Mariana Mortágua, mas ressalva que tal não implica descurar o "acompanhamento dos portugueses, sejam eles quem forem"
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O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que o Governo português fez tudo para repatriar os ativistas detidos por Israel "com normalidade" e rapidez, e defendeu o equilíbrio da posição do Executivo.
"A verdade é que o Governo fez tudo aquilo que estava ao seu alcance, para que os portugueses pudessem ser repatriados o mais rápido possível, num clima de normalidade e tranquilidade. E creio que foi isso que aconteceu", disse Luís Montenegro.
O primeiro-ministro respondia aos jornalistas sobre a chegada dos quatro ativistas portugueses no domingo à noite a Lisboa, à margem de uma iniciativa de campanha em Vieira do Minho (Braga).
Questionado sobre expressões do líder do Chega e do CDS-PP para classificar a receção no aeroporto dos ativistas - Ventura falou "em palhaçada" e Nuno Melo em "flotilha panfletária" -, Montenegro disse não querer entrar nesse tipo de considerações.
"Nós, na democracia, temos de respeitar as opiniões de todos. É consabido que, da minha parte, com a líder do Bloco de Esquerda, a Mariana Mortágua, há muitas divergências, mas isso não significa que nós não tenhamos as nossas responsabilidades e não tenhamos que acompanhar os portugueses, sejam eles quem forem, respeitando a manifestação da sua opinião, da sua expressão, e sobretudo dando-lhe o tratamento que é devido a qualquer compatriota", disse.
O primeiro-ministro defendeu o equilíbrio da posição do Governo quanto à questão de Gaza e defendeu ser necessário que todos se "saibam respeitar uns aos outros e que não haja extremismo na forma como se expõem as ideias e as opiniões".
"Eu não gostei de ver uma estação de comboios ser invadida e haver uma perturbação da vida normal das pessoas, acho que não é necessário chegar a esse ponto para exprimir uma posição, acho que há muitos instrumentos para se ouvir a voz de quem tem uma opinião, seja ela qual for", afirmou, referindo-se aos incidentes na estação do Rossio, em Lisboa, no sábado.