A vontade já tinha sido manifestada pelo executivo, mas o assunto vai ser discutido esta quarta-feira com patrões e sindicatos.
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O Governo vai levar à concertação social a aplicação de quotas para mulheres nas empresas cotadas em bolsa e na administração pública.
O executivo tinha convocado os parceiros sociais para uma reunião, esta quarta-feira, para apresentar o programa Simplex, mas a TSF sabe que o tema das quotas para diminuir a sub-representação de mulheres também vai estar em cima a mesa durante o encontro.
Com esta proposta, o Governo liderado por António Costa procura antecipar uma diretiva aprovada pela Comissão Europeia em 2012, e, assim, garantir uma maior presença de mulheres em cargos de decisão.
Segundo fonte do executivo, a proposta que chega esta quarta-feira à concertação social pretende que, já durante o próximo ano, um em cada três dirigentes de cargos de topo e chefias intermédias da Administração Pública sejam do sexo feminino.
No ano seguinte, em 2018, uma maior igualdade deve também ser aplicada nas administrações de empresas do setor empresarial do Estado, num aumento da participação de mulheres que será feito de forma gradual.
Até 2020, um maior equilíbrio deve verificar-se nos conselhos de administração das empresas reguladas - do PSI 20 -, num momento em que não há mulheres na liderança de qualquer uma das maiores empresas cotadas em bolsa em território nacional.
Sem qualquer obrigatoriedade de discussão em sede de concertação social, fonte do executivo diz à TSF que o tema é apresentado às Confederações Patronais e Confederações Sindicais com o objetivo de "envolver patrões e sindicatos" na discussão que segue depois para a Assembleia da República.
À reunião com os parceiros sociais o executivo leva ainda mais dois temas sobre o que se entende por "agenda da paridade", com propostas relativas às disparidades de salários entre homens e mulheres e aos apoios à parentalidade.
No ano passado, o executivo PSD/CDS-PP assinou um acordo com 13 empresas do PSI 20, que se comprometeram a ter, pelo menos, 30% de mulheres nos conselhos de administração até 2018.
Ainda em 2015, o PS tinha apresentado um projeto de lei para estabelecer quotas mínimas de mulheres nos conselhos de administração e fiscalização do setor publico e privado, e nos cargos de dirigentes da administração publica.