O ministro dos Negócios Estrangeiros admite que este mecanismo para atrair investimento falhou no objetivo de criar empregos, mas diz que é possível avançar na reabilitação de imóveis e promoção do interior.
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Com objetivos diferentes, primeiro o PSD e depois o Bloco de Esquerda quiseram saber o que pensa o Governo fazer dos chamados vistos Gold - autorizações de residência para o investimento, criadas pelo anterior executivo PSD/CDS - e a resposta do ministro dos Negócios Estrangeiros foi clara: "não são para deitar fora", mas "podem ser redirecionados".
"Podemos atrair através deste tipo de incentivos, investimentos para áreas críticas como a reabilitação urbana e de património, mais do que na aquisição de casas prontas a usar", exemplificou Augusto Santos Silva, citando ainda os "investimentos produtivos no interior ou na área cultural" como caminhos a seguir no âmbito dos vistos Gold.
"Estamos empenhados na avaliação e na possível revisão deste mecanismo", reafirmou o ministro em resposta ao BE, recordando que já António Costa tinha respondido dessa forma às dúvidas da coordenadora bloquista, num recente debate quinzenal.
Na discussão na especialidade do OE 2019, o ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu que este mecanismo para atrair investimento falhou no objetivo de criar empregos, mas disse acreditar que "algumas melhorias introduzidas" vão produzir resultados.
Santos Silva defendeu que é preciso "combinar previsibilidade" com os acertos nesta audição parlamentar e sublinhou ainda que não houve decréscimo nas verbas arrecadas com os vistos Gold: os valores "estão em linha com os anos anteriores".