"Governo não encomenda operações nem forma de atuar." Telmo Correia garante que PSP "não vai deixar de fazer o seu trabalho"
Questionado sobre a operação policial, na quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, o secretário de Estado da Administração Interna disse que “seguramente a polícia não vai deixar de fazer o seu trabalho”
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O secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, disse esta segunda-feira que “o Governo não encomenda operações policiais”, mas não excluiu a possibilidade de operações policiais no Martim Moniz voltarem a acontecer, até porque a PSP “não vai deixar de fazer o seu trabalho”.
"O Governo não dirige operações, não encomenda operações e, muito menos, diz à polícia como é que atua em cada cenário", disse, em declarações aos jornalistas, Telmo Correia, que esteve a acompanhar uma ação de fiscalização da Polícia de Segurança Pública (PSP), no âmbito da campanha "Festas Mais Seguras", na Ponte 25 de Abril, em Almada.
“Fico sempre muito confortável com a atuação das nossas forças de segurança”, acrescentou.
Questionado sobre a operação policial, na quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, o secretário de Estado disse que “seguramente a polícia não vai deixar de fazer o seu trabalho”.
Em resposta a algumas críticas, Telmo Correia disse ainda que operações preventivas como aquela "sempre existiram" e este ano o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP realizou mais de 90.
"O que é errado, do meu ponto de vista, é tentarmos transformar isto num caso. Sobretudo, num caso político", afirmou, considerando que "insinuar que os diretores ou os comandos dos polícias são instrumentalizados politicamente é surreal".
Da parte do Governo, Telmo Correia reforçou que não são determinadas operações, mas apenas uma orientação política "e a orientação política deste Governo é clara: a segurança é uma prioridade e queremos mais polícia, com mais visibilidade".
Na quinta-feira, durante a tarde, um forte dispositivo policial cercou a rua do Benformoso onde há uma grande comunidade de cidadãos do subcontinente indiano, e revistou centenas de pessoas, tendo detido duas pessoas.
A ação da PSP tem sido criticada por associações de imigrantes, grupos antirracistas e várias forças políticas, que acusam a força policial de estar ao serviço da propaganda do governo contra os cidadãos estrangeiros irregulares.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também considerou que as ações da polícia devem ser feitas com recato.
