Governo “perdeu vontade de privatizar TAP”, mas Rui Rocha promete voltar a mostrar caminho
Rui Rocha discursou, pela primeira vez, na convenção liberal, com um discurso para o país, mas com notas internas
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A Iniciativa Liberal (IL) é a quarta força política em Portugal, mas Rui Rocha vê um partido “que lidera”. “Lidera” a discussão sobre o crescimento económico e sobre a redução de impostos, mas também no pedido para a privatização da TAP. E, apesar de o Governo “ter perdido a vontade” para a privatização, Rui Rocha promete voltar a mostrar o caminho a Luís Montenegro.
A privatização da TAP (ou o prolongamento do processo) serviu de arma de arremesso contra o Executivo da Aliança Democrática, que parece “ter perdido a vontade” da privatização. Continua a fazer parte do caderno de encargos do Governo, mas os liberais querem rapidez.
“Este Governo apresentou-se com o propósito de privatizar a TAP, mas dá-me ideia que vamos ter de liderar outra vez. Perderam a vontade de privatizar a TAP e nós vamos continuar a insistir que é preciso privatizar a TAP”, atirou.
A privatização da companhia aérea é uma das bandeiras do partido, assim como a defesa pelo acesso universal a cuidados de saúde, seja no público ou no privado. Outra área onde, na visão de Rui Rocha, a IL lidera.
“O mundo não para, a realidade não para. E os que querem amarrar as pessoas no Serviço Nacional de Saúde, já foram ultrapassados”, disse, numa crítica à esquerda, desde logo, ao líder socialista Pedro Nuno Santos.
O partido conta com seis anos e já tem representação em todos os parlamentos (a 9 de junho elegeram dois eurodeputados), mas Rui Rocha promete “continuar a crescer” com “ainda mais impacto na vida dos portugueses”.
Agradeceu, por isso, “às centenas de milhares de estupores que deram a confiança” à IL, mas também aos que “ainda não votaram e dizem que da próxima é que vai ser”. “Obrigado pela confiança”, acrescentou Rui Rocha.
E, na hora do voto, há uma marca que define o partido: “Somos o partido da liberdade individual, contra os coletivismos, contra as etiquetas, contra os rótulos, contra a forma de catalogar pessoas que são inaceitáveis”.
Rui Rocha a apontar para o futuro, numa convenção onde o lugar do presidente não está em risco. Mas a oposição interna, liderada por Tiago Mayan Gonçalves, quer começar a abrir a porta de saída aos atuais dirigentes.