Governo português encara situação na Venezuela com "relativa calma". Embaixada aconselha portugueses a ficarem em casa
Ministério dos Negócios Estrangeiros garante estar atento e preparado para qualquer "eventualidade"
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Perante a situação que se vive na Venezuela, o secretário de Estado (SE) das Comunidades mostra preocupação, mas adianta que os portugueses ou lusodescendentes no país são uma comunidade resistente que já passou por muitas situações complicadas. Em declarações à TSF, José Cesário garante que, por enquanto, ninguém mostra vontade de sair.
No passado, "a nossa comunidade já passou diversas vezes por circunstâncias desta natureza", salienta. "Estamos convencidos de que acatarão as instruções que são dadas, que vão no sentido de não fazerem deslocações que sejam urgentes e evitarem envolver-se em situações de alteração da ordem pública", adianta.
Nos consulados venezuelanos estão inscritos 200 mil portugueses, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros estima que os lusodescendentes naquele país atinjam um milhão de pessoas.
O secretário de Estado das Comunidades garante que nunca se colocou a questão da retirada massiva de cidadãos da Venezuela. "Pode haver a necessidade de retirar uma ou outra pessoa, mas estamos a falar de uma comunidade que é esmagadoramente constituída por cidadãos nascidos na Venezuela, a terra deles é aquela", lembra. Nesse sentido, o SE considera que são pessoas que têm "meios de autodefesa".
"No passado houve muita gente que saiu da Venezuela, que se fixou noutros países e também em Portugal, mas os que ficaram estão habituadas a este tipo de situações", afirma. No entanto, assegura que o Ministério dos Negócios Estrangeiros "está atento e preparado para qualquer eventualidade, seja aquilo que for", e num constante contacto com as lideranças locais.
No entanto, José Cesário assegura que serão ativados planos de contingência, caso seja necessário saírem portugueses, por ar, terra ou mar, sempre em "articulação com os países parceiros da União Europeia".
Apesar de já terem acontecido vários confrontos em cidades venezuelanas na contestação aos resultados eleitorais e do registo de pelo menos sete mortos e de muitas pessoas detidas, o secretário de Estado das Comunidades considera que a situação ainda está longe de uma guerra civil. "Estamos muito preocupados, mas ainda estamos longe disso e não encaramos situações extremas, encaramos com relativa calma", adianta.